> >
Mourão: oferta de cargos ao Centrão faz parte da negociação

Mourão: oferta de cargos ao Centrão faz parte da negociação

Desde a semana passada, o presidente Bolsonaro tem nomeado indicados de políticos do centrão para postos de destaque na administração pública

Publicado em 12 de maio de 2020 às 19:19

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura

O vice-presidente Hamilton Mourão avaliou nesta terça-feira (12) que o Poder Executivo errou ao não ter construído antes uma base aliada no Legislativo e ressaltou que a oferta de cargos e emendas faz parte do processo de negociação.

Vice-presidente da República Hamilton Mourão
Vice-presidente da República Hamilton Mourão participou de live promovida por corretora de investimentos. (Alan Santos/PR)

Em live promovida pela XP Investimentos, o general da reserva defendeu a participação dos partidos do chamado Centrão em uma coalizão de centro-direita, com cerca de 300 deputados, que permita assegurar uma estabilidade política.

"Temos de buscar uma coalizão programática. É óbvio que cargos, emendas e essas coisas fazem parte da negociação entre Executivo e Legislativo. Não adianta querer tapar o sol com a peneira. Acho que está mais ou menos sendo conduzido dessa forma", disse.

A formação de uma base aliada contradiz o discurso de campanha eleitoral do presidente Jair Bolsonaro, segundo o qual ele não governaria com o que chamava de "velha política". Com o risco de abertura de um processo de impeachment, Bolsonaro mudou de postura.

Desde a semana passada, o presidente tem nomeado indicados de políticos do Centrão para postos de destaque na administração pública. O movimento tem irritado integrantes da equipe ministerial, que tentam resistir ao loteamento político.

"O presidente foi o ano passado todinho criticado porque ele não tinha feito isso. Aí, agora, ele chegou à conclusão de que tem de dar a mão à palmatória. Erramos e não construímos a coalizão necessária. Agora ele está buscando construir essa coalizão", disse Mourão.

O general negou que Bolsonaro, ao ter iniciado uma negociação com partidos, tenha como objetivo escapar de um processo de afastamento do cargo. Segundo Mourão, a meta é conseguir apoio suficiente para aprovar as reformas administrativa e tributária.

MORO

Na transmissão online, Mourão também avaliou que a saída do ex-juiz Sergio Moro do Ministério da Justiça foi traumática, mas considerou que, no final das contas, "a montanha pariu um rato".

"Quando a gente olha o conjunto desse caso, eu digo para vocês com toda a sinceridade: a montanha está parindo um rato. O presidente querendo trocar o diretor da Polícia Federal é um livre-arbítrio dele", disse Mourão.

O general afirmou ainda que o pedido de demissão do ex-ministro criou uma celeuma que, na avaliação dele, é "inócua". Para Mourão, Moro não teve uma "saída do governo digna" e poderia ter deixado o cargo sem criar um imbróglio.

"Não resta dúvidas de que prejudica toda a vez que o governo tem de alocar esforços e recursos e acaba tendo de se explicar para fatos que são totalmente anômalos do momento", disse.

O vice-presidente também criticou o Legislativo e o Judiciário. Segundo ele, os dois Poderes "esqueceram seus limites e as suas responsabilidades". Ele defendeu que se acabe com o que chamou de "brigalhada" no país.

"Os demais poderes parece que esqueceram os seus limites e as suas responsabilidades. E todo mundo gosta de encher a boca e dizer que as instituições estão tolhendo o presidente. A gente tem de passar por cima disso", defendeu.

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais