Publicado em 20 de maio de 2021 às 20:45
Após prometer aumentar recursos para agências de proteção ambiental, o governo Jair Bolsonaro (sem partido) publicou nesta quinta-feira (20) um projeto de lei que destina R$ 270 milhões para o Ibama e o ICMBio, agências de preservação do meio ambiente. A efetiva alocação do dinheiro depende de aprovação do Congresso Nacional.>
O envio das proposições ocorre praticamente um mês depois de Bolsonaro ter prometido reforçar os orçamentos de fiscalização ambiental, durante a Cúpula de Líderes sobre o Clima, promovida pelo presidente norte-americano, Joe Biden. Também acontece após Bolsonaro ter realizado cortes significativos na área.>
A promessa aos EUA foi uma resposta à crescente pressão internacional contra a política de preservação da Amazônia da administração Bolsonaro, principalmente pelo avanço do desmatamento no bioma. A desconfiança de governos estrangeiros aumentou na quarta (19), com a operação da Polícia Federal contra o ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente). >
No projeto de lei, o governo Bolsonaro direcionou R$ 198 milhões para o Ibama e R$ 72 milhões para o ICMBio. No Ibama, o dinheiro foi dividido em ações como prevenção e controle de incêndios florestais e controle e fiscalização ambiental. Já no ICMBio os recursos são direcionados para ações semelhantes, além de apoio à criação, gestão e implementação das unidades de conservação.>
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O aumento do orçamento ambiental foi proposto a partir do corte em outras dotações. Apesar da suplementação, o aumento ocorreu após um corte na pasta. >
No dia seguinte à cúpula do clima, Bolsonaro sancionou o Orçamento de 2021 com uma redução de quase R$ 240 milhões na pasta do Meio Ambiente. >
No início de maio, o jornal Folha de S.Paulo mostrou que, para tentar resolver um novo impasse em torno do Orçamento deste ano, o governo já avaliava enviar um projeto exclusivo para destinar mais recursos a áreas como ambiente e infraestrutura, especialmente para construções de casas populares, que podem ser paralisadas. >
Interlocutores de Bolsonaro sugeriram que o governo faça um pente-fino nas despesas discricionárias dos ministérios, aquelas que podem ser cortadas, pois não são de execução obrigatória. >
Esse rearranjo entre pastas foi formalizado no projeto de ajuste no Orçamento, que agora precisa ser aprovado pelo Congresso. A solução agrada a equipe econômica, que conseguiu evitar novos cortes em gastos obrigatórios, como aposentadorias, para bancar os recursos a Salles e ao Ministério do Desenvolvimento Regional, comandado por Rogério Marinho. >
Marinho receberá um reforço de quase R$ 700 milhões, de acordo com os projetos, sendo que R$ 400 milhões é para a construção de moradias populares. Para manter o programa até o fim do ano, a pasta, porém, precisará de mais recursos, a serem negociados futuramente.>
Ao todo, os projetos de ajuste no Orçamento enviados nesta quinta direcionam quase R$ 1,7 bilhão para programas dos ministérios de Ciência e Tecnologia e Defesa, Mulher e Direitos Humanos, além de Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional.>
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