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Filhos de Flordelis são julgados no RJ pela morte de Anderson do Carmo

Filhos de Flordelis são julgados no RJ pela morte de Anderson do Carmo

Ela está presa desde agosto do ano passado acusada de ter arquitetado a morte do marido. A pastora diz, porém, ser inocente e que os promotores que a acusam trabalham para desconstruir sua imagem

Publicado em 12 de abril de 2022 às 15:12

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Começou na manhã desta terça-feira (12) em Niterói (RJ) o julgamento de cinco suspeitos de participação na morte do pastor Anderson do Carmo, assassinado a tiros em 2019 na casa onde morava com a então deputada Flordelis, com quem era casado.

Ela está presa desde agosto do ano passado acusada de ter arquitetado a morte do marido. A pastora diz, porém, ser inocente e que os promotores que a acusam trabalham para desconstruir sua imagem "como ser humano, como pastora".

Dos cinco acusados, três são filhos da pastora: Adriano dos Santos (filho biológico de Flordelis), André Luiz de Oliveira e Carlos Ubiraci Francisco da Silva (filhos afetivos). O ex-PM Marcos Siqueira Costa e sua esposa Andrea Santos Maia também estão sentados no banco dos réus. Folha não conseguiu contato com a defesa dos acusados.

A deputada Flordelis (PSD-RJ)
A deputada Flordelis (PSD-RJ). (Reprodução Facebook)

Já o julgamento de Flordelis está marcado para o dia 9 de maio, quando a ex-deputada será levada a júri popular. Além dela, serão julgadas a filha biológica Simone dos Santos Rodrigues; a neta Rayane dos Santos Oliveira e a filha afetiva Marzy Teixeira da Silva.

A defesa de Flordelis irá apostar em duas estratégias para tentar enfraquecer as acusações contra ela. A primeira é tentar lançar dúvidas sobre o depoimento dos filhos que a acusam de ter matado Anderson do Carmo.

"Existem muitos filhos e a maioria diz que ela não é culpada. Nós acreditamos que esse núcleo de filhos [que acusam Flordelis] tem interesses que ainda não foram revelados", diz Janira Rocha, advogada de Flordelis, quando chegou ao julgamento desta terça.

A segunda estratégia é usar a tese de que Anderson submetia Flordelis e suas filhas a uma rotina de abusos, inclusive sexuais.

"A defesa das acusadas quer levantar algumas questões centrais que, se forem elucidadas, vão demonstrar no próximo júri onde estão as responsabilidades e vai demonstrar a que interesse se serve esconder questões relacionados aos abusos sexuais, emocionais e patrimoniais que foram praticados", diz ela, que também representa Rayane dos Santos e Marzy Teixeira.

A defesa dos familiares do pastor, no entanto, refuta essa tese. "Todas as mulheres da casa foram ouvidas em sede policial e nenhuma delas reclamou de abuso sexual", disse o assistente de acusação, Ângelo Máximo.

"E, se houve abuso sexual, a Flordelis é responsável então por omissão. Que mãe é essa que sabe de abuso sexual na casa de suas filhas e não faz nada?"

Flordelis está presa desde o dia 13 de agosto sob a acusação de ser a mandante do crime. Anderson foi morto aos 42 anos com mais 30 tiros na casa onde morava com a pastora e dezenas de filhos. Segundo a polícia, o crime foi motivado por insatisfação com a maneira como ele administrava a vida financeira da família.

A ex-deputada foi presa dois dias após a Câmara dos Deputados ter cassado o seu mandado. Foram 437 votos a favor da cassação e 7 contrários, com 12 abstenções, em votação aberta -eram necessários ao menos 257 votos favoráveis para a cassação ser aprovada. Ela também foi expulsa de seu partido, o PSD.

Além de homicídio triplamente qualificado -por motivo torpe, emprego de meio cruel e de recurso que impossibilitou a defesa da vítima-, ela responde por tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada.

Em novembro do ano passado, dois filhos da pastora foram condenados por envolvimento na morte de Anderson.

Flávio dos Santos Rodrigues, filho biológico da ex-deputada, acusado de disparar os tiros que mataram Anderson, foi condenado a 33 anos e dois meses de prisão por homicídio triplamente qualificado, porte ilegal de arma, uso de documento ilegal e associação criminosa armada.

Já Lucas Cézar dos Santos de Souza, que teria ajudado a comprar a arma do crime, segundo o Ministério Público do Rio, foi condenado a sete anos e meio por homicídio triplamente qualificado. Sua pena foi reduzida por ter colaborado com as investigações.

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