Publicado em 18 de julho de 2023 às 14:50
SÃO PAULO - A defesa de Roberto Mantovani Filho, 71 anos, suspeito de hostilizar o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes e sua família, diz que o empresário relatou em depoimento à Polícia Federal nesta terça-feira (18) ter reagido a ofensas e "afastado" uma pessoa que seria filho do magistrado.>
Segundo o advogado Ralph Tórtima, porém, ele nega ter havido um empurrão ou agressão e afirma que agiu após sua esposa ter sido desrespeitada. Diz que não houve motivação política e que, em meio ao desentendimento, a família nem sabia se tratar de pessoas ligadas a Moraes.>
O episódio aconteceu no aeroporto internacional de Roma, na Itália, na última sexta-feira (14). O ministro relatou ter sido chamado de "bandido", "comunista" e "comprado" por um grupo e que seu filho – de 27 anos – sofreu uma agressão, fazendo com que os óculos caíssem no chão.>
"Ele nega que tenha havido o empurrão. Ele disse que em razão de ofensas que eram proferidas à sua esposa, ele afastou essa pessoa, que ele sequer sabia quem era, mas era uma pessoa que fazia ofensas bastante pesadas, muito desrespeitosas a sua mulher. Posteriormente, teria sido dito a eles se tratar do filho do ministro Alexandre de Moraes, mas é algo que não sei dizer se de fato é filho dele", disse o advogado de Mantovani.>
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O empresário prestou prestou depoimento por mais de duas horas à PF na manhã desta terça (18) em Piracicaba (interior de São Paulo). Depois dele, a esposa, Andreia Munarão, também dará sua versão aos policiais.>
O casal estava acompanhado em Roma de Alex Zanata Bignotto, seu genro, e de Giovanni Mantovani, seu filho. No domingo (16), Bignotto prestou depoimento por duas horas à PF e negou a acusação de ofensas ao ministro.>
Segundo a defesa, a família chegou ao aeroporto da capital italiana, para embarque ao Brasil, cinco horas antes do voo e procurou uma sala VIP. Em um primeiro espaço, afirmou o advogado, o grupo foi informado que estava cheio. Assim, decidiram buscar outro.>
Ele afirma que a família seguiu adiante e teria cruzado com Moraes e seus familiares enquanto buscavam outro local para ficar. Nesse momento, uma das pessoas que acompanhavam o ministro teria entrado em atrito com Andreia, segundo a defesa da família.>
De acordo com o advogado, Roberto afirmou que houve um "entrevero" e que não houve contato com Alexandre de Moraes.>
"O senhor Roberto deixou claro que jamais proferiu em momento algum qualquer ofensa direcionada ao ministro. Realmente, reconheceu que houve um entrevero com um jovem que estava ali no local e que esse jovem eles sequer sabiam quem era", afirmou.>
Segundo o defensor, Mantovani viu o ministro, comentou com a família que ele estava ali e viu que havia brasileiros filmando o magistrado. Em um segundo momento, ele e os familiares voltaram pelo caminho da sala VIP.>
"Eles retornam porque esse era o único corredor. Quando eles retornam, eles são novamente abordados por essa pessoa que aparentemente no sentir do senhor Roberto os aguardava, ele novamente veio com ofensas direcionadas a sua esposa", disse o advogado.>
Ainda conforme o defensor, seu genro e seu filho apartam a situação e, só depois, é que seriam abordados pela Polícia Federal.>
O advogado da família de Mantovani afirmou que seus clientes estavam "apenas passando e houve um encontro fortuito".>
Moraes participou na Itália de um fórum internacional de direito realizado na Universidade de Siena. Ele compôs mesa no painel Justiça Constitucional e Democracia, da qual participou ainda o ministro André Ramos Tavares, integrante também do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).>
Na área de embarque do aeroporto internacional de Roma, os responsáveis pelas hostilidades se aproximaram e dirigiram ofensas ao ministro, segundo investigadores.>
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