Publicado em 14 de abril de 2021 às 15:35
- Atualizado há 5 anos
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta quarta-feira, 14, que a Pfizer deve antecipar o envio de cerca de dois milhões de doses ao Brasil no primeiro semestre. Agora, a previsão de entrega até junho desta vacina sobe de aproximadamente 13,5 milhões para cerca de 15,5 milhões de vacinas, segundo o ministro. Queiroga não apontou quando os lotes começam a chegar no País.>
A Saúde contratou 100 milhões de doses da Pfizer após meses de negativas a ofertas da empresa. Pelo menos 3 milhões já poderiam ter chegado ao País, caso o governo Jair Bolsonaro tivesse aceitado as primeiras tratativas com o laboratório, abertas ainda em 2020. Como revelou o Estadão, o governo chegou a elaborar um dispositivo para destravar a compra com a companhia por meio de uma medida provisória, no fim de 2020, mas a versão final do texto foi alterada. >
Em declaração no Palácio do Planalto, Queiroga disse que a antecipação das doses foi "fruto de uma ação direta" de Bolsonaro. A Saúde não tem atualizado cronogramas de entregas das vacinas, após críticas por recuos nas previsões de doses que chegariam a cada mês no País. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disse que Queiroga prometeu 520 milhões de vacinas até o fim do ano. A Saúde vinha informando que seriam 560 milhões. >
Não está claro se Pacheco se equivocou, se as cerca de 48 milhões de doses já entregues não foram somadas ao cronograma ou se a Saúde voltou a reduzir a expectativa de distribuição de vacinas. Procurada, a Saúde não se manifestou.>
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Queiroga também repetiu que o governo tenta antecipar a chegada de vacinas já contratadas. O ministro citou pressão para que a Organização Mundial da Saúde (OMS) priorize o Brasil em entregas por meio do consórcio Covax Facility. O ministério espera receber cerca de 42 milhões de doses em 2021 por este mecanismo, mas até agora cerca de 1 milhão de vacinas chegaram ao País. O governo Jair Bolsonaro decidiu entrar no consórcio pela cota mínima, que prevê doses para apenas 10% da população - o porcentual máximo era para imunização de 50% do País.>
As declarações do ministro da Saúde foram dadas após a 2ª reunião do comitê que reúne membros do governo federal, Congresso, Judiciário e Estados para tratar de ações contra a covid-19. Segundo o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, o comitê também discutiu projetos em tramitação no Congresso sobre a pandemia. Ele disse que os senadores tem "resistência" à proposta já aprovada na Câmara que flexibiliza regras para venda de vacinas ao setor privado.>
Pacheco disse ainda que pediu para Bolsonaro sancionar projeto que permite a contratação de leitos da rede privada para atendimento de pacientes da covid-19 no SUS. O senador também afirmou que a Saúde está "sensível" a discussões sobre uso de fábricas de medicamentos para animais como local de produção de vacinas, mas reconheceu que esta não é uma opção para entrega das doses a curto prazo.>
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