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Câmara aprova projeto que destina precatórios do Fundeb para professores

Câmara aprova projeto que destina precatórios do Fundeb para professores

Projeto estipula que verba de precatórios do Fundeb não utilizados sejam integralmente utilizados para o pagamentos de profissionais da área

Publicado em 9 de novembro de 2021 às 14:42

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Plenário da Câmara dos Deputados. Parte dos parlamentares participa da sessão virtualmente, em meio à pandemia de Covid-19
Plenário da Câmara dos Deputados. Parte dos parlamentares participa da sessão virtualmente, em meio à pandemia de Covid-19. (Cleia Viana/Câmara dos Deputados)

Câmara aprovou nesta terça-feira (9) projeto que prevê que recursos de precatórios de Fundef e Fundeb sigam os mesmos critérios dos fundos de educação e sejam usados para pagar salários de profissionais da educação.

O projeto foi aprovado por 416 votos a 11. Agora, segue para o Senado.

A proposta faz parte do acordo para votar o restante da PEC dos precatórios –faltam destaques e o segundo turno da proposta de emenda à Constituição. A intenção do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), é concluir a votação nesta terça. O texto prevê um limite para pagamento de precatórios (dívidas da União reconhecidas pela Justiça), o que libera mais espaço no Orçamento.

O projeto prevê que os recursos derivados de decisões judiciais referentes ao Fundef, Fundeb e ao novo Fundeb sejam utilizados na mesma finalidade e de acordo com os mesmos critérios e condições estabelecidas para utilização do valor principal dos fundos.

A lei que tornou o Fundeb permanente, de dezembro do ano passado, indicou que ao menos 70% dos recursos anuais totais dos fundos serão destinados ao pagamento, em cada rede de ensino, da remuneração dos profissionais da educação básica. Antes, o percentual era de 60% e para profissionais do magistério.

O deputado Bacelar (Podemos-BA) defendeu que os recursos sigam os mesmos critérios de distribuição aplicados pelos fundos. "Após mais de uma década de disputas judiciais, o poder Judiciário reconheceu que, entre os anos de 1996 e 2007, a União deixou de repassar mais de R$ 90 bilhões ao Fundef", disse.

Segundo ele, o reconhecimento não beneficiou os professores. "Tanto o Tribunal de Contas da União quanto o próprio poder Executivo de estados e municípios têm negado aos professores esse direito, e o raciocínio é direto", continuou.

"Se a União deixou de repassar aos estados e municípios essa parcela do Fundef, parcela sobre a qual incidiam 60% de recursos para o pagamento dos professores, é natural que, agora que a União é obrigada a repor essas perdas, os professores, os aposentados e os pensionistas tenham direito a esses 60%".

Teriam direito a receber os recursos professores da educação básica que atuavam na rede pública durante o período em que ocorreram os repasses a menos do Fundef (1997-2006) ou Fundeb (2007-2020).

Também poderão receber profissionais da educação básica que atuavam na rede pública estadual ou municipal durante o período em que ocorreram os repasses a menos do Fundeb permanente.

São contemplados ainda aposentados que comprovarem efetivo exercício nas redes públicas escolares nos períodos de repasses a menos dos fundos, ainda que não tenham mais vínculo direto com a administração pública, e os herdeiros, em caso de falecimento desses profissionais.

O valor destinado a cada profissional será proporcional à jornada de trabalho e aos meses de exercício no magistério e na educação básica. Também tem caráter indenizatório e não se incorpora à remuneração dos servidores ativos ou proventos dos inativos.

Estados e municípios definirão em leis específicas os percentuais e critérios para a divisão do rateio entre os profissionais beneficiados. O projeto prevê que a União suspenderá o repasse de transferências voluntárias para estados e municípios que descumprirem a regra de destinação dos precatórios, inclusive em relação aos percentuais destinados aos profissionais do magistério e demais profissionais da educação básica.

O texto faz parte do acordo para atrair a oposição e aprovar a PEC dos precatórios. Na quinta-feira passada (4), Lira falou sobre o tema ao defender o voto do PDT a favor da proposta.

"Tudo o que o PDT pediu, o que esses líderes [Wolney Queiroz e André Figueiredo] pediram, foi em defesa da educação, pautas da educação, pautas que beneficiassem os professores com aquiescência de três membros da frente Norte e Nordeste em defesa da educação", disse.

Na sessão desta terça, Lira reforçou que cumpre acordos e elogiou o PDT. "E eu espero que o Senado Federal consiga produzir acordos e vote rapidamente este texto para que se normatize em favor dos professores."

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