Publicado em 10 de outubro de 2019 às 15:57
Sérgio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro, foi condenado pela 12ª vez. Agora, acumula penas que correspondem a 267 anos e dez meses de prisão. >
O juiz Marcelo Bretas impôs uma nova pena de 33 anos, três meses e três dias na ação penal em que é acusado de lavagem de dinheiro e evasão de divisas por meio dos doleiros Renato e Marcelo Chebar em contas no exterior.>
A condenação se refere a processo no qual o ex-governador foi interrogado antes de decidir confessar os crimes que lhe são atribuídos. A nova estratégia foi adotada no início deste ano.>
Neste processo, Cabral foi interrogado em junho de 2018. Na ocasião, ele reconheceu "promiscuidade" com empresários na arrecadação para campanhas, disse ter adotado práticas "desonestas" e assumiu ter tido "soberba" na carreira política ao eleger aliados para diferentes cargos.>
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Ainda assim, havia mudado pouco a linha de defesa até então adotada, quando afirmava que nunca pedira propina, mas se apropriara de sobra de caixa dois de campanha. "Foi nessa promiscuidade [com empresários] que eu me perdi, que eu usei dinheiro de campanha para fins pessoais. [...] Eu não soube me conter diante de tanto poder e tanta força política", declarou o ex-governador.>
Cabral admitiu neste interrogatório que arrecadara cerca de R$ 500 milhões para campanhas próprias e de aliados, tendo usado cerca de R$ 20 milhões para fins pessoais.>
Bretas, na sentença, considerou como "fantasiosa e inverídica a tese de que os valores recebidos se tratavam doações para fins eleitorais, não amparada em nenhum elemento de prova".>
Desde o início do ano, contudo, a versão de Cabral mudou. Ele passou a reconhecer que pedia propina aos empresários, bem como o papel dos doleiros na ocultação desses bens no exterior. Este posicionamento, no entanto, não foi considerado nesta sentença.>
A defesa do ex-governador disse que vai recorrer "por entender que Sérgio Cabral já foi condenado por fatos idênticos e discordar da pena aplicada".>
"Nesse caso, ele não foi reinterrogado e o juiz levou em consideração um depoimento antigo. De qualquer forma, a postura de auxiliar as autoridades será mantida", disse o advogado Márcio Delambert.>
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