Publicado em 12 de novembro de 2019 às 19:03
Enquanto o presidente Jair Bolsonaro traça uma estratégia para deixar o PSL e fundar um novo partido, o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta terça-feira (12) que o "Brasil já tem partidos em demasia". Marco Aurélio é ministro substituto do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a quem caberá avaliar futuramente o eventual pedido de criação de uma nova sigla. Atualmente, há 32 agremiações registradas na Corte Eleitoral.>
"Resta saber se vai haver aprovação. Eu, quando estive na atuação no TSE, na aprovação dos últimos partidos, eu votei pela desaprovação. Eu creio que o Brasil já tem partidos em demasia. Ao invés de se buscar a correção do fundo, se busca a correção da forma, da vitrine", criticou Marco Aurélio a jornalistas, antes de participar da sessão da Primeira Turma do STF nesta tarde. >
Conforme informou o jornal O Estado de S. Paulo, Bolsonaro vai mesmo sair do PSL e pretende patrocinar a criação de um novo partido, que deve ser batizado como Aliança pelo Brasil. Após mais de um mês de confronto com a cúpula do PSL, Bolsonaro convocou uma reunião no Palácio do Planalto nesta terça-feira (12) à tarde com um grupo de deputados da legenda, com o intuito de traçar os próximos passos políticos.>
Dos 53 deputados do PSL, ao menos 27 prometem acompanhar o presidente, mas a equipe jurídica estuda alternativas para que eles não percam o mandato.>
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No mês passado, Bolsonaro e um grupo de 23 parlamentares do PSL acionaram a Procuradoria-Geral da República (PGR) para pedir o afastamento do atual presidente nacional da sigla, o deputado federal Luciano Bivar (PSL-PE), e a suspensão dos repasses ao partido de recursos públicos do Fundo Partidário. O episódio marcou mais uma ofensiva do presidente e de uma ala de deputados do PSL contra a atual direção do partido.>
Na avaliação de Marco Aurélio, em tese, não cabe ao TSE interferir na direção de partido. Segundo a reportagem apurou, outros integrantes do TSE concordam com essa avaliação do ministro, de que não caberia ao tribunal tirar Bivar do comando da sigla. O TSE poderia, no entanto, suspender repasses do Fundo Partidário ao PSL, caso sejam identificadas irregularidades no uso do dinheiro público.>
"Não, de início não. Interferir da direção (do partido), não. Mas temos que aguardar porque colegiado é uma caixa de surpresa", comentou Marco Aurélio Mello. "Um partido é uma instituição jurídica de direito privado. Uma intervenção estatal já é dificílima a partir dessa premissa.">
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