Publicado em 1 de julho de 2022 às 10:07
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SÃO PAULO - O presidente Jair Bolsonaro (PL) segue sendo o pior padrinho político para candidatos que disputam cargos no estado de São Paulo, mostra nova pesquisa do Datafolha.>
Não votariam de forma alguma em um nome apoiado pelo titular do Palácio do Planalto 64% dos paulistas, enquanto 17% talvez pudessem fazê-lo. Outros 17% com certeza seguiriam a indicação e 2% não souberam opinar.>
A margem de erro do levantamento é de dois pontos para mais ou menos, o que mostra uma estabilidade na rejeição aos nomes apoiados pelo presidente em relação à rodada anterior.>
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Foram ouvidos agora, de 28 a 30 de junho, 1.806 eleitores, e a pesquisa contratada pela Folha está registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o número BR-01822/2022.>
Bolsonaro é o segundo colocado na corrida de sua sucessão, segundo o Datafolha. Ele teve, na pesquisa divulgada na semana passada, 28% das intenções de voto. Seu candidato a governador de São Paulo é o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Infraestrutura).>
Ele foi escolhido pelo presidente e filiou-se ao Republicanos para buscar o Palácio dos Bandeirantes.>
Tarcísio tem enfrentado críticas de aliados de Bolsonaro por não estar promovendo essa associação, embora haja em seu entorno a certeza de que o segundo lugar que ocupa na disputa estadual é resultado direto de transferência de votos do ex-chefe.>
Tarcísio marcou 13%, empatado com o governador do estado, Rodrigo Garcia (PSDB). Na frente deles, no cenário em que se exclui o ex-governador Márcio França (PSB), que deverá sair para o Senado, está o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad (PT), com 34%.>
O petista tem um padrinho poderoso, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a quem serviu de substituto na eleição vencida por Bolsonaro em 2018 -o ex-presidente estava sem direitos políticos por ter condenação na Operação Lava Jato, algo que foi revertido depois pela Justiça.>
Em São Paulo, seu berço político, Lula contudo não é um padrinho infalível, a julgar pelos números da pesquisa. Não votariam num indicado dele 51% dos entrevistados, enquanto 23% talvez o fizessem. Já 24% dizem apoiar com certeza um nome do petista.>
Rodrigo deixou de ter um padrinho oficial na campanha deste ano com a desistência de João Doria (PSDB) de concorrer à Presidência devido à falta de apoio no próprio partido. O atual governador era vice do tucano até o fim de março, e a saída do seu antigo chefe trouxe alívio a seus estrategistas.>
Doria era visto como muito pesado, tendo empatado com Bolsonaro no quesito de mau padrinho na rodada anterior. No cargo, Rodrigo tem buscado se manter afastado da imagem do ex-governador, o que será evidentemente mais difícil quando a campanha de rádio e TV começar em agosto.>
Parte do jogo tucano é articular o apoio regional, levando Rodrigo e secretários para lançar ações do governo em regiões do estado. É algo que remonta à redemocratização e que foi elevado ao status de tática infalível por Geraldo Alckmin (PSB), o vice de Lula que foi governador paulista pelo PSDB quatro vezes.>
O Datafolha questionou aos eleitores se o apoio do prefeito de sua cidade ajudaria um candidato. Não muito, mas mais que Bolsonaro ou Lula. Nunca votariam num nome indicado pelo chefe do Executivo local 50% dos ouvidos, enquanto 31% talvez votassem e 15%, certamente o fariam.>
O instituto também quis saber a influência de Alckmin, que sem o seu ex-vice França na disputa apoiará Haddad, mas sem o carimbo de padrinho. Jamais apoiariam um nome do ex-governador 53%, com 29% talvez o fazendo e 13%, votando com certeza.>
O peso dessa avaliação, de todo modo, é relativo. Doria tinha má avaliação, mas o candidato tucano à Prefeitura de São Paulo em 2020, Bruno Covas, venceu o pleito -viria a morrer no ano seguinte.>
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