Publicado em 7 de junho de 2020 às 16:34
Manifestantes ligados ao movimento negro, ao MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) e a torcidas organizadas de times de futebol se reúnem na tarde deste domingo (7), no largo da Batata (zona oeste de São Paulo), para uma manifestação contra o presidente Jair Bolsonaro e o racismo e a favor da democracia.>
"Ninguém queria estar na rua agora. Todo mundo queria estar em casa se protegendo [da Covid-19]", diz Guilherme Boulos, líder do MTST que se candidatou à Presidência em 2018. "O problema é que criou-se uma escalada fascista no Brasil. Por isso essas manifestações têm que acontecer.">
Ele afirma que a organização do ato tomou medidas de precaução contra a transmissão do novo coronavírus. "Tem toda uma orientação para ser possível fazer manifestação pró-democracia sem ser vetor [da doença]", afirma.>
Entre elas, cita a distribuição de máscaras de proteção e álcool gel pelo MTST e os sinais de "x" inscritas com giz no chão pela brigada de saúde do MTST e distantes um metro uma da outra.>
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Mas, apesar de o carro de som pedir que os manifestantes se posicionem sobre essas marcas, a maioria das pessoas se agrupa em distâncias menores, enquanto entoam gritos contra o presidente e o racismo.>
Entre as palavras de ordem estão: "Doutor, eu não me engano, o Bolsonaro é miliciano", "Um, dois, três, quatro, cinco mil, lugar de fascista é na ponta do fuzil" e "fora Bolsonaro!".>
"Estamos enfrentando o bolsovírus", diz uma representante do movimento negro de cima do carro de som que começou a mobilizar os presentes por volta das 14h40. "Não podemos ficar em casa. Se ficarmos, ou morremos do vírus ou de bala perdida. Não podemos aceitar esse estado fascista.">
Quatro policiais militares vestindo coletes com a inscrição "mediador" circulam entre os manifestantes, conversando com representes dos grupos presentes na manifestação.>
"Estamos nos colocando à disposição deles para que eles tenham um canal rápido com a PM, para mantermos um diálogo rápido e evitar ruídos e incidentes", diz capitão Vilardi, à frente desse grupo de policiais.>
No domingo passado, a polícia lançou mão com bombas e prisões durante a manifestação na avenida Paulista que reuniu manifestantes contra e a favor de Bolsonaro.>
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