Publicado em 9 de janeiro de 2023 às 15:41
Os ataques golpistas no domingo (8) em Brasília ocorreram em um momento em que as principais forças de segurança e de inteligência envolvidas na prevenção e combate a essas ações estavam desorganizadas.>
Mesmo planejados sem qualquer sigilo, com reuniões e chamamentos veiculados nas redes sociais, os atos atingiram os três prédios mais importantes da República e expuseram a inércia dos órgãos de segurança, em especial os do Governo do Distrito Federal.>
No âmbito distrital, com a Polícia Militar e Civil, como na federal, com a Polícia Federal, Abin (Agência de Inteligência Brasileira) e PRF (Polícia Rodoviária Federal), os órgãos passam por um período de transição devido a trocas de chefias.>
No caso do Distrito Federal, cuja PM é a responsável pela segurança ostensiva no perímetro onde os ataques se deram e deveria ter barrado o avanço dos golpistas, Torres assumiu o cargo de secretário há poucos dias.>
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Na decisão em que afastou o governador Ibaneis Rocha (MDB), o ministro Alexandre de Morae fala em descaso e falta de qualquer planejamento dos órgãos de segurança distritais.>
Torres, citado por Moraes e alvo da investigação, tão logo assumiu promoveu mudanças nos cargos de chefia da secretaria e viajou para os Estados Unidos.>
De acordo com relatos obtidos pelo jornal Folha de S.Paulo, os representantes da segurança do DF prometeram em reunião no sábado (7) que uma barreira seria instalada para proibir a entrada de manifestantes na Esplanada dos Ministérios.>
Mesmo após a promessa, o efetivo no local na tarde do domingo (8) era reduzido e não conseguiu conter o grupo de golpistas proveniente do QG do Exército.>
Já no âmbito federal, a PF encontra-se atualmente sem diretores indicados pelo atual diretor-geral, Andrei Rodrigues - os anteriores foram exonerados, mas nas novas nomeações não foram formalizadas embora os novos nomes já tenham sido escolhidos.>
A área de Inteligência, por exemplo, que poderia subsidiar a atuação da corporação com informações sobre as movimentações dos golpistas está sem o diretor e sem o chefe da área de contra-inteligência. Da equipe anterior, que acompanhava desde o ano passado as movimentações dos golpistas, apenas um delegado ainda foi mantido no cargo.>
A Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado, onde tramitam alguns inquéritos sobre os atos antidemocráticos do pós segundo turno das eleições, também não tem novo diretor.>
Moraes chega a citar em sua decisão deste domingo (8) que optou pelo afastamento porque PF e Procuradoria-Geral da República não pediram a prisão de agentes públicos.>
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Na Abin, a situação só não é a mesma porque o governo Lula voltou atrás da exoneração dos atuais diretores horas após exonerá-los sem indicar os novos ocupantes dos cargos de chefia.>
Na agência, essa primeira derrapada da transição com as exonerações e a falta de sinalização sobre como será formada a nova diretoria tem impactado no dia a dia, como relataram agentes à Folha.>
Nos dois órgãos, apenas o diretor-geral foi nomeado.>
Na PRF, por sua vez, o cenário ainda é de ressaca após a instituição entrar na mira da Justiça por causa de sua atuação, patrocinada pelo então diretor Silvinei Vasques e pelo ex-ministro Anderson Torres, no dia da eleição e no bloqueios realizados nos dias posteriores a derrota de Bolsonaro.>
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