Publicado em 16 de junho de 2021 às 10:02
A Advocacia Geral da União (AGU) entrou, nesta terça-feira (15), com recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reverter a decisão do ministro Ricardo Lewandowski que manteve a quebra dos sigilos telefônico e telemático do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, determinada pela CPI da Covid. >
A pasta pede que os efeitos da medida aprovada pela comissão parlamentar sejam suspensos até o julgamento final do recurso enviado ao STF. O argumento é o de que a devassa é iminente e, uma vez efetivada, não poderá ser revertida, mesmo se posteriormente houver decisão favorável no tribunal.>
"O risco de dano grave (perigo da demora), de difícil ou impossível reparação se traduz na iminência de efetivação de medida irreversível, com a devassa indevida de dados privados do autor, em extensão incompatível com o escopo investigado pela CPI", alerta.>
No agravo regimental enviado a Lewandowski, a AGU lembra que outros ministros do tribunal adotaram entendimento divergente sobre a quebra dos sigilos pela CPI. O Supremo deve levar a discussão ao plenário ainda nesta semana. A ideia é que o colegiado bata o martelo sobre o tema, pondo fim às teses conflitantes usadas pelos ministros em decisões individuais.>
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"O deferimento em bloco dos pedidos de quebra de sigilo pela CPI culminou na impetração de múltiplos mandados de segurança perante esse Supremo Tribunal Federal, os quais, tendo sido distribuídos a diversos relatores, geraram um cenário de assimetria e tratamento anti-isonômico", afirma a pasta.>
A AGU argumenta ainda que não houve fundamentação suficiente no pedido para quebrar o sigilo de Pazuello.>
"Inexiste a indicação de fato ou ato concreto e específico realizado pelo impetrante, capaz de motivar adequadamente a devassa de seus dados", alega a AGU.>
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