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É subsecretário de segurança urbana de Vitória

Maio Amarelo faz 10 anos em meio a aumento de mortes no trânsito no ES

Contabilizamos 205 vítimas fatais somente neste primeiro trimestre do ano, de janeiro a março, contra 168 mortes no mesmo período do ano anterior. Números absurdos para um período tão curto

  • Helvio Souza Alves Junior É subsecretário de segurança urbana de Vitória
Publicado em 08/05/2023 às 12h39
Motorista embriagado é preso após se envolver em um acidente que resultou na morte de um motociclista e deixou o carona da moto ferido, na tarde deste domingo (30), na ES 446, em Baixo Guandu.
Motorista embriagado é preso após se envolver em um acidente que resultou na morte de um motociclista e deixou o carona da moto ferido, na tarde deste domingo (30), na ES 446, em Baixo Guandu. Crédito: Redes sociais

Chegamos ao mês de maio e com ele se inicia a campanha nacional de conscientização e educação para um trânsito mais seguro, o já tão conhecido Maio Amarelo que este ano completa 10 anos de “estrada”. Exceto o período da pandemia em que não houve campanhas nas ruas, esses  dez anos foram de muitas ações e discussões em torno do tema. Dez anos de atenção pela vida, com a proposta de chamar à reflexão da sociedade para o alto índice de mortes e feridos no trânsito em todo o mundo.

Todos os órgãos que compõem o Sistema Nacional de Trânsito (SNT), em conjunto com a sociedade civil organizada, estão engajados. O objetivo permanece o mesmo. A incansável busca pela redução do número de acidentes e vítimas do trânsito nas cidades brasileiras. Ações e debates em prol da conscientização dos condutores e pedestres por um trânsito menos violento. Campanhas educativas e fiscalizações orientadas por inteligência objetivando maior segurança nas vias e avenidas das cidades.

Esse ano o slogan da campanha é “No trânsito, escolha a vida. E eu escolho ajudar”, em claro e inequívoco chamado de responsabilidade para condutores e pedestres que são os principais atores desse sistema intitulado trânsito. Não conseguiremos “avançar” se não mudarmos o modo como nos comportamos enquanto na direção de um veículo, principalmente. O objetivo principal da campanha é colocar na pauta das discussões a segurança viária. É realmente chamar a atenção da sociedade para o sério problema que enfrentamos com a violência diária no trânsito. São mortos e feridos compondo as já assustadoras estatísticas de acidentes. E a imprudência e o desrespeito às normas de circulação e conduta permanecem no topo do ranking das causas dos acidentes rodoviários. E essa realidade não é nada animadora.

Somente aqui no Estado do Espírito Santo, os números divulgados pela Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social apontam um aumento de 22% no número de mortes no trânsito. Contabilizamos 205 vítimas fatais somente nesse primeiro trimestre do ano, de janeiro a março, contra 168 mortes no mesmo período do ano anterior. São 37 mortes a mais nesse ano.

Números absurdos para um período tão curto. E as causas desses acidentes perpassam pela má conduta dos motoristas e pedestres diariamente. Ou pelo menos, uma parcela significativa desses atores que ainda “não escolheram ajudar”, contrapondo o slogan da campanha deste ano.

A abertura da campanha aqui na cidade de Vitória ocorreu na semana passada, e as ações já programadas para todo o mês de maio, pela Gerência de Fiscalização de Trânsito da Guarda Civil Municipal, visam inibir os principais fatores de risco de acidentes de trânsito na cidade: dirigir alcoolizado ou sob efeito de substância psicoativa, excesso de velocidade, avanço ao sinal vermelho, não uso de cinto de segurança, uso abusivo do telefone celular associado à direção bem como o desrespeito as normas de circulação viária. Os agentes estarão nas ruas com ações de fiscalização e conscientização quanto aos perigos dessas condutas.

O amarelo simboliza atenção e não por menos é o atributo mais importante enquanto na direção veicular, compondo a cor da sinalização de advertência, o famoso “cuidado à frente”. O ano por aqui não começou bem, pelo país afora é verdade, os números expõem o problema, as ações e omissões são conhecidas, as nossas fragilidades também, então devemos abraçar mais essa causa em prol da nossa própria sobrevivência. Devemos celebrar esses dez anos de campanha mudando de atitude no trânsito, agindo com segurança e respeito. Atenção: o maio é amarelo, e nós vamos escolher ajudar.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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