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É cirurgiã-dentista

Falta de saúde bucal pode abrir caminho para uma série de doenças

É necessário ampliar o atendimento, principalmente àqueles mais carentes que não têm recursos para pagar um tratamento dentário. E reforçar a conscientização sobre os cuidados básicos de higiene

  • Beatriz Coutens É cirurgiã-dentista
Publicado em 22/02/2023 às 14h54

Quaisquer dados que apontem para um cenário de desigualdade, especialmente na área da saúde, são preocupantes e sinalizam uma necessidade urgente de providências.

Um novo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou que quase metade da população mundial, ou seja, 3,5 bilhões de pessoas, sofre de doenças bucais.

O documento ainda apontou que moradores de países mais pobres são mais afetados devido à maior dificuldade de acesso a tratamentos dentários.

Historicamente, é inegável que houve avanços na atenção à saúde bucal, seja devido à ampliação dos serviços, maior acesso à informação acerca da importância da higiene bucal e a evolução da ciência, que tornou possíveis tratamentos mais assertivos e eficazes.

Contudo, ainda há muito o que evoluir. É necessário ampliar o atendimento, principalmente àqueles mais carentes que não têm recursos para pagar um tratamento dentário. E reforçar a conscientização sobre os cuidados básicos de higiene que evitam muitas doenças bucais, como cáries, perda de dentes e patologias mais graves.

Vale lembrar que a saúde bucal tem uma conexão comprovada com a saúde geral do organismo. Doenças relacionadas à saúde bucal podem estar ligadas diretamente a um problema mais grave do corpo, como diabetes, patologias cardiovasculares e alguns tipos de tumores malignos, como câncer na região da boca.

A realidade de quase metade da população mundial afetada por problemas bucais não sinaliza apenas a dificuldade de acesso ao dentista, embora este seja um fator relevante. Pode apontar também para o fato de muitos não priorizarem os cuidados básicos que precisam ser adotados diariamente para que a saúde oral seja preservada.

Já existem estudos que associam a má higiene bucal com o risco de câncer de boca. E todos esses prejuízos são causados pela ausência de atitudes corriqueiras, como escovação correta e uso do fio dental, e pelo fato da pessoa não ir regularmente ao dentista para uma avaliação criteriosa da saúde geral dos dentes e da boca.

Muitas pessoas, infelizmente, ainda têm o hábito de só irem ao dentista quando apresentam algum sintoma, como dor no dente ou outro desconforto. Há doenças dentárias que são silenciosas e só podem ser identificadas na cadeira do dentista. É fundamental trabalhar a prevenção antes de cuidar das urgências.

Tratamento odontológico acessível e prevenção são ferramentas essenciais para mudar um cenário alarmante que sinaliza um pedido urgente de providências.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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