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É advogado e presidente da OAB da Serra

Brasil tem quase 1,3 milhão de advogados encarando novos desafios da profissão

A advocacia sempre foi vetora de mudanças e evoluções. Retomemos esse protagonismo com a plenitude de nossa independência profissional, com coragem e ética, sejamos a OAB que não se subjuga

  • Ítalo Scaramussa É advogado e presidente da OAB da Serra
Publicado em 11/08/2022 às 09h00

No momento em que estamos chegando ao número de 1,3 milhão de advogados no Brasil, o que causa espanto, quando comparado à realidade de outros países, é que somos instados a pensar os desafios da advocacia.

Vivemos uma nova realidade socioeconômica na qual o conhecimento jurídico se mostra cada vez mais democratizado e a dinâmica das relações exigem rapidez de pensamento e ação. O Judiciário já se operaciona no Metaverso, e a pandemia trouxe uma aceleração desse processo de virtualização da justiça.

São tempos em que os desafios postos muitas vezes já não têm precedentes e ensejarão soluções criativas. A capacidade de reproduzir experiências anteriores será reduzida. Será preciso criatividade para desenhar soluções inéditas para as novas questões postas. Para isso, é preciso mais que nunca especialização.

O litígio cada vez mais é observado como desvio de tempo e de recursos. Em uma sociedade acelerada, a resolução de conflitos por meios alternativos já se impõe, sobretudo quando nos deparamos com um Judiciário ineficiente em seu mister de entregar prestação jurisdicional célere e eficaz.

A advocacia precisa se abrir, isso significa se conectar com seus pares (outros advogados e escritórios), profissionais de outras áreas em um exercício constante de multidisciplinariedade e seus conhecimentos diversos, o rigor ético no trato pessoal e com as instituições.

A relação com a mídia e redes sociais, grupos de interesse e especialmente clientes. Para tanto, a empatia e a “capacidade de ganhar relevância” passam a ser valores fundamentais. Em um mundo de abundância de informações, conexões e compromissos, a briga pela “audiência” individual e coletiva passa a ser pauta da advocacia.

Estamos prontos para essa realidade? Folgo em dizer que não, ou pelo menos grande parte da advocacia. As faculdades não nos preparam para tanto. E, infelizmente, também, nossa entidade de classe não conseguiu acompanhar tamanha evolução. A OAB precisa se abrir para esse momento, incluir e orientar, mostrando-se antenada ao que realmente clama a advocacia e os novos tempos. Precisa retomar seu protagonismo quanto à qualidade dos cursos jurídicos, preparando os profissionais do direito para os tempos de universalização de nosso conhecimento, principalmente promovendo a inclusão dos que não conseguem acompanhar os avanços da justiça virtual. O Sistema OAB precisa melhor servir aos reais interesses da advocacia!

A advocacia sempre foi vetora de mudanças e evoluções. Retomemos esse protagonismo com a plenitude de nossa independência profissional, com coragem e ética, sejamos a OAB que não se subjuga! Sejamos a advocacia transformadora de uma sociedade mais justa.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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