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BR 262: leilão suspenso adia, de novo, chance de tornar o ES mais competitivo

É fundamental que o governo federal e os órgãos reguladores consigam identificar quais foram os principais pontos que, mais uma vez, inviabilizaram o leilão da 262/381

  • Cris Samorini É presidente da Findes
Publicado em 18/02/2022 às 13h55
 Casal de 22 anos morre em acidente na BR 262, em Viana. Eles seguiam no Sandero Preto no sentido Domingos Martins, Vitória, quando rodou na pista e atingiu o caminhão que seguia no sentido contrário
Engarrafamento na BR 262 após acidente: duplicação vai aumentar segurança . Crédito: Fernando Madeira

Novamente, a suspensão do leilão da BR 262 - que seria realizado no dia 25 em conjunto com a BR 381 - frustra as perspectivas de avançarmos na infraestrutura do Espírito Santo e do Brasil. Mais uma vez, está sendo postergada a oportunidade de melhorar as condições dessas rodovias, tão importantes para escoar a produção. Estradas sucateadas atingem em cheio a eficiência do transporte, minando a competitividade dos negócios.

Não é de hoje que esperamos uma solução para a duplicação da BR 262, mas ainda esbarramos em pontos que afastam os investidores. O atual momento econômico do país, com incertezas sobre os preços e garantias de fornecimento de insumos para obras desse porte, certamente pesa nesse contexto.

Além disso, aspectos técnicos complexos desse projeto - como o traçado fortemente sinuoso, relevo acidentado, maciços rochosos – ainda preocupam potenciais interessados. Somam-se a isso as fortes chuvas que atingiram Minas Gerais e o Espírito Santo e acabaram comprometendo diversos trechos das estradas.

Sem contar que há um histórico no país relacionado a incertezas regulatórias. Dificuldades nos processos de licenciamento ambiental e decisões conflitantes de metodologias entre agências reguladoras e órgãos de controle são situações que ocorrem com frequência, a exemplo da BR 101. Tudo isso afeta negativamente na decisão de investimentos de grande magnitude e longa maturação como a concessão de rodovias.

Por isso, é fundamental que o governo federal e os órgãos reguladores consigam identificar quais foram os principais pontos que, mais uma vez, inviabilizaram o leilão da 262/381. Não dá para o país continuar sabendo da existência de problemas e gargalos e não atacá-los de forma definitiva.

Passou da hora de as regras serem claras, dos projetos serem realísticos e economicamente viáveis e, claro, dos compromissos firmados serem cumpridos. Enquanto essa equação não for resolvida, continuaremos reféns de uma infraestrutura defasada e que nos tira diariamente a capacidade de sermos mais competitivos.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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