Publicado em 28 de outubro de 2019 às 17:44
A aorta é a maior e principal artéria do corpo humano, responsável por receber sangue rico em oxigênio do coração e distribui-lo para todo o corpo. Quando ela dá problema, é grande a chance de levar à morte. E foi o que aconteceu com o diretor de TV Jorginho Fernandes, que morreu na noite deste domingo (27), aos 64 anos, vítima de uma parada cardíaca.>
O diretor deu entrada no hospital na parte da tarde após se sentir mal. Em nota oficial, o hospital Copa Star, no Rio de Janeiro, afirmou que a parada cardíaca sofrida por Jorge Fernando se deu por conta de uma dissecção de aorta completa - ou aneurisma de aorta, como também é conhecido o problema.>
A saúde de Jorge Fernando não andava bem. Ele ainda se recuperava de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), sofrido em 2017.>
De acordo com o neurologista Hebert Cabral, o fato de já ter tido um AVC sinaliza que o diretor era portador de alguma doença cardiovascular ou cerebral. "Um AVC pode ocorrer um obstrução do vaso sanguíneo ou por hemorragia, quando ele se rompe. São causas diferentes. Normalmente, a hipertensão é uma das maiores causas desse rompimento. Ou a pessoa é hipertensa ou tem alguma malformação nos casos, com alterações de elasticidades que os deixam com facilidade para se romperem", explica o médico.>
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O aneurisma, segundo Cabral, é uma dilatação na parede do vaso. "É como uma bexiga que vai se inflando, inflando... E pode se romper. Isso pode acontecer com qualquer artéria do corpo. Mas é muito mais grave se acontecer numa artéria importante".>
Um AVC numa região da fala deixa a pessoa com comprometimentos nessa função. Da mesma forma, se o problema ocorre na região motora, a pessoa fica com dificuldades para se locomover. No entanto, de acordo com o especialista, se acomete a área relacionada à respiração, é mais complicado e a pessoa pode morrer.>
Caso também da aorta. "Ela é o vaso mais grosso do corpo. Se ela se rompe, a chance de mortalidade é alta", afirma Cabral, que explica que em pessoas mais jovens, normalmente, o aneurisma ocorre em função de problemas genéticos. Mas em pessoas mais velhas, ele é fruto de doenças como pressão alta, diabetes, colesterol alto, entre outros.>
Apesar de ser um problema grave, ele pode dar alguns sinais. "A pessoa pode sentir uma dor no peito, tontura, sudorese, desmaio. É algo progressivo, ou seja, vai piorando", aponta o neurologista.>
Alguém que já teve um AVC, como foi o caso de Jorge Fernando, precisa de um acompanhamento médico de perto. "A pessoa precisa controlar os fatores de risco, principalmente a hipertensão, o diabetes, o colesterol. Ela deve fazer exames periódicos, como exames de imagem, para acompanhar isso. Eles podem detectar se há vasos dilatados, com chance de rompimento. E se há alguma possibilidade de intervenção cirúrgica preventiva. É importante destacar, porém, que nem todos os casos são detectados nos exames", observa Hebert Cabral.>
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