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1 em cada 4 adolescentes é dependente de Internet, diz estudo da Ufes

1 em cada 4 adolescentes é dependente de Internet, diz estudo da Ufes

Pesquisa ouviu mais de 2 mil estudantes de escolas públicas e privadas da Região Metropolitana da Grande Vitória

Publicado em 15 de outubro de 2019 às 18:14

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Adolescente na internet: pesquisa da Ufes detecta dependência tecnológica. (Shutterstock)

Uma pesquisa feita na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) mostrou que um em cada quatro adolescentes é dependente de internet. O estudo foi desenvolvido pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva entre 2016 e 2017, com cerca de 2.300 estudantes de 15 a 19 anos, ouvidos em 53 escolas públicas e privadas na Região Metropolitana da Grande Vitória. Desse total, 25,3% foram considerados dependentes moderados ou graves da internet.

“Apesar de o recorte ser local, outros estudos já realizados no país mostram que esse índice de dependência gira em torno disso mesmo, de 20 a 30%. Em alguns, o percentual é até maior, de até 37% em outras faixas etárias”, comenta o professor Edson Theodoro dos Santos Neto, coordenador do projeto, intitulado Vigilância dos fatores de risco para doenças e agravos em adolescentes de 15 a 19 anos na Região Metropolitana da Grande Vitória.

Questionário

Segundo o professor, os participantes responderam a um questionário que avalia o grau de dependência tecnológica. “É um questionário internacional usado em vários países. É considerado dependente quem apresenta um score acima de 50 pontos”, explica.

O estudo constatou que a chance de se tornar dependente era maior em adolescentes que utilizavam a internet todos os dias da semana e que passavam mais de quatro horas por dia diante de telas. Entre os estudantes das séries iniciais, com idades entre 15 e 16 anos, 50% apresentaram dependência.

Além disso, o percentual de pessoas com esse vício foi maior em lares em que o chefe da família tinha baixa escolaridade. “Talvez porque pais com pouca escolaridade, mesmo vendo os filhos excessivamente com celular ou computador, não enxerguem esse risco”, observa o pesquisador.

Ansiedade

Outro dado alarmante detectado na pesquisa foi o de que os adolescentes com dependência tecnológica têm 80% mais chance de desenvolver outros sintomas relativos à ansiedade e depressão.

“Isso evidencia que a dependência de internet está associada a outros transtornos mentais”, afirma Edson Theodoro.

O professor faz questão de destacar que a dependência desses dispositivos tem características específicas. “Muitos adolescentes utilizam muito a internet para trabalhar, para estudar. Isso não é um problema”.

O vício em tecnologia, aponta ele, é bem semelhante ao de substâncias psicoativas. “Ela se dá quando o jovem passa parte do tempo trancado no quarto isolado. Ele deixa de trabalhar, deixa de estudar, deixa de comer ou de dormir para estar no celular, no computador. Ele abandona suas atividades cotidianas, seus relacionamentos afetivos para estar na internet. E pode se tornar agressivo, ansioso ou depressivo ao não utilizar a internet”.

O estudo não filtrou como os adolescentes gastavam o tempo na web, se era em redes sociais, navegando em sites ou em jogos eletrônicos. Apenas foram mapeadas quais as redes sociais mais utilizadas, que são, pela ordem: Facebook, Youtube, Instagram e Twitter.

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