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“Vamos embranquecer os traços com make. Foi o que já presenciei', diz modelo

“Vamos embranquecer os traços com make. Foi o que já presenciei", diz modelo

Juliana Basílio começou a ser modelo aos 31 anos.  Foi preciso fazer a faculdade de Pedagogia e enfrentar todos os preconceitos para aceitar sua beleza

Publicado em 13 de junho de 2020 às 09:30

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Juliana Basílio começou a ser modelo aos 31 anos porque o preconceito sempre esteve presente em sua rotina
Juliana Basílio começou a ser modelo aos 31 anos porque o preconceito sempre esteve presente em sua rotina. (Sandro Buares)

A modelo Juliana Basílio (Ford Models Vitória) cresceu na periferia de Cariacica. E a beleza sempre esteve estampada em seu rosto. “As pessoas falavam: ‘você é muito bonita’. Mas a beleza e a vontade de ser modelo acabaram ficando escondidas. Nunca tive oportunidades”. Sua beleza não era para ser exceção, mas foi. Naquela época, anos 90, a profissão de modelo era uma coisa que não existia em sua vida – e nem da maioria das meninas pretas. Todas às vezes em que via um desfile ou lia uma revista, só tinha mulheres brancas e loiras. Aquele não era o mundo da capixaba. Foi preciso fazer a faculdade de Pedagogia, enfrentar todos os preconceitos, aceitar sua beleza para, aos 31 anos, entrar pela porta da frente de uma agência de modelos. Já fez desfiles, campanhas, editoriais de moda, além de uma temporada em São Paulo. O preconceito sempre esteve presente em sua rotina. Só por ser negra. “A roupa está boa, mas o cabelo não está legal” ou “Vamos embranquecer esses traços com a make”, foram situações que já observei. O preconceito é velado. “É cruel. A gente precisa ser bem forte. Sinto o preconceito pelo olhar”, diz a modelo.

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Vamos embranquecer esses traços com a make. Foi uma das situações que já presenciei

Juliana Basílio
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Também já se assustou ao chegar em casting e ter um paredão só de meninas brancas, apenas ela de negra. “O que estou fazendo aqui?”, foi o que se perguntou. “Já cheguei a desfilar com os jurados de costas para mim”, revela. Aos 32 anos, ela sabe de suas competências. “Só é possível mudar o racismo através da educação. É uma luta diária e exaustante”.

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