Publicado em 5 de junho de 2020 às 11:08
A União Americana pelas Liberdades Civis e outras entidades entraram na Justiça nesta quinta-feira (4) contra o presidente americano, Donald Trump, seu secretário de Justiça, William Barr, e autoridades envolvidas na repressão do governo ao protesto próximo à Casa Branca na segunda-feira (1º). >
Os autores da ação afirmam que os réus violaram os direitos constitucionais dos manifestantes que são garantidos pelas primeira e quarta emendas à Constituição americana -liberdade de expressão, e veto a detenções e inspeções arbitrárias, respectivamente.>
O ato em questão ocorria de forma pacífica em frente à Casa Branca até policiais e agentes da Guarda Nacional começarem a usar bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar a multidão e abrir caminho para Trump.>
O presidente então caminhou alguns metros até a igreja de St. John, onde posou para fotos segurando uma Bíblia -o que irritou líderes religiosos.>
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Os manifestantes protestavam contra o assassinato de George Floyd, um homem negro de 46 anos que morreu em Minneapolis depois que um policial branco pressionou o joelho sobre seu pescoço por quase nove minutos, enquanto ele era segurado contra o chão por outros três agentes.>
Antes da dispersão do protesto, Trump fez um duro discurso no qual prometeu restaurar a ordem e ameaçou os estados com a mobilização de militares.>
Também figuram como autores da ação alguns manifestantes que foram afetados, o movimento Black Lives Matter (vidas negras importam), o Comitê de Advogados de Washington pelos Direitos Humanos e Assuntos Urbanos, o Comitê dos Advogados pelos Direitos Civis Legais e o escritório de advogados Arnold & Porter.>
As entidades pedem que a Justiça proíba os réus de violar novamente esses direitos constitucionais, além de indenização pelos danos causados pelas forças de segurança.>
Assédio a jornalistas A União Americana pelas Liberdades Civis (Aclu, na sigla em inglês), ajuizou também uma segunda ação relacionada à atuação das forças de segurança durante atos sobre o assassinato de Floyd, desta vez contra a polícia de Minneapolis.>
A organização argumenta que os policiais assediaram e agrediram jornalistas que cobriam os protestos na cidade, violando assim a liberdade de imprensa.>
Um dos episódios de tensão entre membros da imprensa e agentes que mais gerou repercussão envolveu o repórter negro Omar Jimenez, da CNN americana.>
Enquanto transmitia atualizações ao vivo sobre os atos, Jimenez foi detido e algemado pela polícia, assim como um produtor e um cinegrafista de sua equipe.>
A câmera seguiu gravando, e a cena inteira foi exibida ao vivo durante um telejornal matinal. Jimenez aparece perguntando aos agentes, várias vezes, se eles gostariam que ele fosse para um outro local, mas ninguém responde.>
A polícia estadual não ofereceu nenhuma explicação para as detenções.>
Não muito longe de onde o grupo foi preso, Josh Campbell, um repórter branco também da CNN, relatou uma experiência completamente diferente.>
Ele afirmou que conversou tranquilamente com agentes da Guarda Nacional, que pediram "educamente que eu saísse de um lugar e fosse para outro. Não usaram algemas. Muito diferente do que Omar vivenciou", disse.>
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