Publicado em 9 de março de 2022 às 21:12
Cientistas do L'Institut Pasteur em Paris, na França, forneceram pela primeira vez evidências sólidas da existência de uma cepa do novo coronavírus que combina as variantes Delta e Ômicron. Os pesquisadores, contundo, não acreditam que isso seja motivo de preocupação.>
Embora vários países suspeitassem do surgimento de uma variante "deltacron", os virologistas franceses enviaram a sequência genômica completa ao banco de dados internacional de Covid-19 nesta terça-feira (8), confirmando a nova cepa oficialmente.>
Um caso de deltacron foi registrado em Soissons, norte da França, e outros são suspeitos na Dinamarca e Holanda.>
No mês passado, a Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido classificou o vírus "recombinante" Delta e Ômicron como um "sinal sob investigação", dois níveis abaixo de uma variante de preocupação, após casos suspeitos no Reino Unido, mas estes ainda não foram confirmados.>
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A perspectiva de uma cepa combinando duas das versões mais potentes do coronavírus até agora pode parecer assustadora, principalmente porque a Delta era mais grave do que outras e a Ômicron, altamente infecciosa.>
Mas os cientistas enfatizam que agora há imunidade substancial na população humana contra ambas as variantes, então não há razão para pensar que isso representaria um risco maior.>
Além disso, o caso em Soissons foi rastreado até janeiro, o que significa que já teria decolado se tivesse alguma vantagem real em uma população, da maneira que a Ômicron fez em novembro e dezembro.>
De acordo com a análise do código genético da "deltacron", sua "espinha dorsal" é derivada da variante Delta, enquanto seu pico -a parte do vírus que se liga às células humanas- é da Ômicron.>
Os vírus recombinantes surgem quando um paciente é infectado com duas variantes ao mesmo tempo, e a combinação ocorre quando suas células se replicam juntas.>
Autoridades de saúde do Reino Unido dizem que a variante não está ligada ao aumento de casos e internações hospitalares no Reino Unido na semana passada.>
Maria van Kerkhove, líder técnica de Covid da OMS (Organização Mundial da Saúde), tuitou que os recombinantes eram "esperados, especialmente com intensa circulação de Ômicron e Delta", e que sua equipe estava "rastreando e discutindo" a variante.>
Soumya Swaminathan, cientista-chefe da OMS, também postou nas redes sociais: "Sabemos que eventos recombinantes podem ocorrer, em humanos ou animais, com múltiplas variantes circulantes de #SARSCoV2. Precisamos esperar pelos experimentos para determinar as propriedades desse vírus. Importância do sequenciamento, análise e compartilhamento rápido de dados ao lidarmos com essa pandemia.">
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