Publicado em 20 de setembro de 2024 às 15:53
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Os mais intensos bombardeios de Israel contra o Líbano desde o início das hostilidades entre os dois países, em outubro, mataram nesta sexta-feira (20) o comandante Ibrahim Aqil, membro de alto escalão do Hezbollah. A informação foi confirmada pelo Exército israelense.>
"Os aviões de combate da Força Aérea de Israel realizaram um ataque seletivo na área de Beirute, eliminando Ibrahim Aqil, comandante da unidade Radwan", disse um porta-voz das forças militares em comunicado. Segundo a nota, outras "figuras proeminentes da rede de operações e da cadeia de comando" dessa unidade, considerada de elite dentro da milícia extremista libanesa, também foram mortas na ação.>
O assassinato de Aqil adiciona mais uma camada de tensão no Oriente Médio, que vive o temor de uma guerra em larga escala. Bombardeios na fronteira entre as duas nações se tornaram constantes desde o começo da guerra na Faixa de Gaza, na qual o Hezbollah está ao lado do Hamas contra Tel Aviv.>
De acordo com o site do Departamento de Estado americano, os Estados Unidos ofereciam uma recompensa de US$ 7 milhões (quase R$ 38 milhões) pela captura do combatente devido ao seu envolvimento em um bombardeio dos fuzileiros navais no Líbano em 1983.>
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Trata-se da segunda vez em menos de dois meses que Israel visa um comandante militar de alto escalão do Hezbollah em Beirute - em julho, um ataque aéreo israelense matou Fuad Shukr, o principal chefe militar do grupo.>
Na última semana, o temor de um conflito entre as nações aumentou após pagers e walkie-talkies de membros do Hezbollah explodirem ao mesmo tempo no Líbano, em uma ação atribuída por diversas fontes a Israel, que não comentou o caso. As detonações mataram ao menos duas crianças e feriram milhares de pessoas.>
O ataque que matou Aqil nesta sexta foi um dos mais de 100 feitos por Israel desde quinta e atingiu um subúrbio no sul de Beirute nesta sexta. Imagens da área atingida transmitidas pela emissora Al Jadeed, do Líbano, mostraram carros queimados e uma rua cheia de escombros.>
Segundo o Ministério da Saúde libanês, oito pessoas morreram na ofensiva à capital, e 59 ficaram feridas. A defesa civil do país estava procurando pessoas desaparecidas sob os escombros depois que dois prédios residenciais desabaram.>
Antes disso, ambos os lados no conflito estavam se atacando. O grupo libanês havia dito que seus combatentes dispararam um míssil guiado contra tropas em Metula, uma cidade israelense na fronteira frequentemente alvo da facção ao longo do último ano.>
Já o Exército de Tel Aviv havia afirmado que dezenas de foguetes foram lançados contra o sul de Israel no total, cerca de 130, segundo o jornal local Times of Israel. Uma rádio israelense relatou que moradores de várias cidades no norte do país foram instruídos pelos militares a ficar perto de abrigos antiaéreos.>
O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, adiará por um dia a sua ida a Nova York, inicialmente prevista para terça-feira (24), devido à situação na fronteira com o Líbano. Netanyahu comparecerá à Assembleia Geral da ONU. Seu retorno a Israel está previsto para o próximo sábado (28).>
O aumento dos bombardeios fez a Unifil, missão de paz da ONU no Líbano, afirmar na manhã desta sexta que nas últimas 12 horas houve "uma intensificação pesada das hostilidades" em toda a fronteira entre o Líbano e Israel e na área de operações do órgão.>
"Estamos preocupados com o aumento crescente da tensão ao longo da Linha Azul e instamos todos os atores a conter a situação imediatamente", disse o porta-voz da entidade, Andrea Tenenti, referindo-se à linha que delimita a fronteira entre o Líbano e Israel estabelecida em 2000 para marcar o limite da retirada de Tel Aviv, que havia invadido o vizinho em 1982 atrás de uma liderança palestina ali exilada.>
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