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Acabou! Biden é eleito presidente dos EUA, afirma imprensa americana

Acabou! Biden é eleito presidente dos EUA, afirma imprensa americana

Pensilvânia deu ao democrata os votos para que ele alcançasse 273 pontos no Colégio Eleitoral, três a mais que o necessário para ser eleger

Publicado em 7 de novembro de 2020 às 14:47

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Donald Trump e Joe Biden
Donald Trump e Joe Biden. (Divulgação | Redes sociais)

Joe Biden foi eleito presidente dos Estados Unidos, segundo projeções da imprensa americana. O candidato democrata recebeu 273 votos no colégio eleitoral, três a mais do que precisava para se eleger, de acordo com os jornais dos EUA neste sábado (7).

O resultado teve um grande peso da Pensilvânia onde Biden virou o atual presidente Donald Trump, ganhando 20 votos. Pouco antes das 14h (horário de Brasília), o democrata reconheceu a própria vitória por meio das redes sociais, em uma publicação de tom conciliador. Em tradução livre, ele afirmou: "América, estou honrado de ter sido escolhido para liderar o nosso maravilhoso país. O trabalho pela frente será duro, mas eu prometo a vocês: eu serei o presidente de todos os americanos, independentemente de você ter votado em mim ou não. Vou corresponder à confiança que foi depositada em mim".

A vice de Biden, Kamala Harris, também está fazendo história ao ser a primeira mulher, a primeira pessoa negra e de ascendência indiana a vencer para o cargo de vice-presidente no país norte-americano.

A vitória para a Casa Branca do ex-vice de Barack Obama foi declarada após uma disputada acirrada em Estados-chave, que é questionada na Justiça pelo candidato à releição, Trump.

Joe Biden
Joe Biden durante a campanha. (Andrew Harnik/Associated Press/Estadão Conteúdo)

O republicano quer a recontagem de votos em diversas federações. Na Pensilvânia, um juiz da Suprema Corte mandou separar os votos enviados por correio para que o tema seja analisado ainda neste sábado pela Suprema Corte. Em outros Estados, as tratativas judiciais do candidato derrotado foram recusadas.

A equipe de campanha do republicano apresentou ações judiciais em quatro Estados decisivos - Geórgia, Michigan, Pensilvânia e Wisconsin. Os republicanos reclamaram de falta de transparência no processo de contagem das cédulas e denunciaram tentativas de fraude eleitoral por parte dos democratas, sem apresentar evidências.

O secretário de Estado da Geórgia, Brad Raffensperger, afirmou nesta sexta-feira que o Estado fará a recontagem dos votos. As estatísticas apontam empate de 49,4% dos dois candidatos na Geórgia, com 98% das urnas apuradas.

Na noite da quinta, em um pronunciamento em rede nacional, Trump voltou a dizer, sem apresentar provas, que havia vencido com os "votos legais" e os democratas estavam tentando "roubar a eleição". Juízes da Geórgia, Michigan e Pensilvânia negaram pedidos da campanha do republicano. No Wisconsin, a solicitação de recontagem está indefinida.

AS PROPOSTAS DE BIDEN

A campanha de Biden conseguiu recuperar parte do chamado Cinturão da Ferrugem que fez de Trump presidente em 2016 e abrir espaços no Cinturão do Sol, tipicamente republicano. Mas a diferença foi mais apertada do que as pesquisas indicavam.

Conforme analistas alertaram nas semanas anteriores à votação, Estados decisivos registraram uma virada democrata no curso da apuração dos votos, quando as cédulas pelo correio foram contabilizadas.

O eleitorado do partido é mais propenso a votar de maneira antecipada e, neste ano, a votação pelo correio bateu recorde em razão da pandemia do novo coronavírus, com mais de 101 milhões de votos antes do dia da eleição. O comparecimento americano na disputa entre Trump e Biden foi o maior em um século.

Os democratas esperavam que a contabilização dos últimos votos na Pensilvânia garantisse a maioria também no Estado, pelo simbolismo da região onde Biden nasceu e investiu a maior parte dos esforços de campanha na reta final.

A previsão de que os democratas ganhariam espaço com a ampliação do voto pelo correio e comparecimento recorde é o que motiva os ataques de Trump ao método de votação amplamente empregado no país. Por isso, o presidente argumentou que a contagem deveria ser paralisada, mas sem apresentar evidências de problemas na contagem dos votos.

O presidente perdeu o apoio entre as regiões identificadas pelo operariado branco de classe média em 2016, com as vitórias de Biden na Pensilvânia, seu Estado natal e onde investiu maior esforço de campanha na reta final, Wisconsin e Michigan. O democrata também tem vantagem na apuração até agora em Estados do sul que eram pilares do conservadorismo, como Geórgia e Arizona.

Já no Cinturão da Ferrugem, o Michigan tornou-se o símbolo de como Trump ganhou de Hillary Clinton em 2016. Na época, ele teve apenas 10 mil votos a mais do que a democrata, o que fora suficiente para ganhar os 16 delegados estaduais, em linha com o que aconteceu na disputa passada na Pensilvânia, Ohio e Wisconsin.

Biden será o presidente mais velho a tomar posse nos EUA, com 78 anos - os quais completará no próximo dia 20. Ele foi eleito por um forte sentimento de aversão a Trump entre parte da sociedade americana, que decidiu que o presidente não merece mais um mandato no comando do país.

O ex-vice de Barack Obama se apresentou como a solução para curar o país da crise de saúde, provocada pela pandemia de coronavírus, e também da extrema polarização social que divide os americanos. Para isso, prometeu restaurar o compromisso dos EUA com princípios fundadores da sociedade americana, com uma plataforma de busca pela restauração da integridade e da normalidade. O maior desafio que se apresenta ao democrata é a contenção da segunda onda de coronavírus e a reversão da crise econômica.

Com o país com o maior número de mortos por covid-19 e uma recessão comparada apenas à Grande Depressão, Biden ganhou força e articulou o apoio com a ala mais à esquerda da legenda. Em junho, na onda de protestos contra o racismo e violência policial, o democrata abriu a maior vantagem contra Trump na disputa e manteve o patamar até o fim.

Trump começou a campanha como favorito à reeleição, mas a pandemia de coronavírus mudou o curso político nos EUA. A maioria dos americanos avalia mal a forma como o atual presidente lidou com a pandemia.

Político há 47 anos, Biden dedicou a carreira à vida pública, com seis mandatos no Senado e 8 anos como vice de Obama. Com uma vida marcada por tragédias pessoais e superações, sua empatia e proximidade com o eleitorado viraram um forte ativo em uma campanha feita no curso de uma pandemia que matou 230 mil americanos. A campanha pouco empolgante de Biden, vista inicialmente como um desafio para levar os jovens do partido às urnas, virou trunfo junto a uma parte do eleitorado cansada de polarizações.

TRUMP DEIXA A CASA BRANDA

Presidente Donald Trump e a primeira-dama Melania Trump
Presidente Donald Trump e a primeira-dama Melania Trump . (Reuters/Folhapress)

O anúncio da vitória de Biden foi feito após a atualização dos resultados no estado da Pensilvânia, que garantiu ao democrata um total de 273 delegados no Colégio Eleitoral, três a mais do que o mínimo necessário para ser eleito presidente dos EUA.

A informação foi repassada via "pool" o grupo de jornalistas que tem acesso direto aos eventos oficiais e é responsável por distribuir declarações da Presidência aos demais repórteres.

Usando um boné com seus slogan de campanha, Trump entrou em um dos carros blindados que o transportam com destino a um campo de golfe em Sterling, na Virgínia, a cerca de 30 minutos de Washington.

Após uma manhã marcada por publicações nas redes sociais em que voltou a se declarar vencedor das eleições nos EUA e a questionar a legalidade dos votos em estados onde Joe Biden venceu, Donald Trump foi visto deixando a Casa Branca neste sábado (7).

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Com informações das Agências Estado e Folha Press.

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