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Valorizando a mulher e a inclusão, Mundial de Bodyboarding tem fase no ES

Valorizando a mulher e a inclusão, Mundial de Bodyboarding tem fase no ES

Capitaneado pela multicampeã Neymara Carvalho, o Mundial de Bodyboarding acontecerá na Serra, na Praia de Jacareípe, entre os dias 20 e 27 de abril

Publicado em 19 de abril de 2024 às 14:08

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Atletas do Mundial de Bodyboarding que será sediado na Serra. Atletas nacionais e internacionais comporão o evento.
Atletas do Mundial de Bodyboarding que será sediado na Serra. Atletas nacionais e internacionais comporão o evento. (Gabriel Lordello)
Vitor Antunes
Reporter / [email protected]

O mundo do bodyboard estará de olho na Serra, nos próximos dias! Na cidade da Região Metropolitana do Espírito Santo acontecerá a etapa feminina do Circuito Mundial de Bodyboarding, o ArcellorMittal Wahine Bodyboarding Pro, que será compreendida entre os dias 20 e 27 de abril.

Serão 39 atletas na categoria profissional, sendo 23 delas do Brasil, seis de Portugal, cinco do Japão, três do Chile e uma da França. A francesa é a mais jovem do campeonato, com apenas 11 anos, Émie Padois. E a mais veterana é Gica Vargas, de 61, que está voltando à modalidade. A intenção do torneio é valorizar a mulher, daí ter a palavra "Wahine" como título. Esta é a tradução de "mulher", na língua havaiana. A Gazeta esteve na coletiva de imprensa que ocorreu na sede da empresa patrocinadora, na Serra.

Segundo Neymara, a ideia de realizar esta fase do Mundial no Brasil e, mais especialmente, aqui no Estado é, apresentar para mundo a nossa região e ressaltar o quão importante é incluir as mulheres nos esportes, já que não são poucas as categorias em que não há espaço para elas ou uma premiação equânime. "Eu nunca quis fazer um campeonato misto. Direcionei meus esforços para ser um campeonato feminino e no Espírito Santo. Sempre me via tendo de explicar onde ficava o ES, então trouxe as pessoas para cá. Me orgulho muito em ser daqui".

Ela prossegue dizendo que a segmentação de gênero se deve a uma questão decisiva no que tange às mulheres atletas. "Houve um campeonato no circuito brasileiro em que a premiação masculina tinha uma diferença gritante da feminina. Acabou que foi sancionada uma Lei em favor do bodyboard e que determinava que as competições deveriam ter o mesmo valor de premiação. Jorge Caetano, um dos heads do Circuito Mundial de Bodyboard (IBC), também presente no evento, salientou que não apenas as melhores atletas estarão na disputa, mas também a melhor equipe técnica, tanto na geração de imagens como na realização do evento.

Gica Vargas e Émie Padois são, respectivamente as atletas mais joven
Gica Vargas e Émie Padois são, respectivamente as atletas mais madura e mais jovem da competição. (Vítor Antunes/A Gazeta)

A força de quem acredita no esporte 

Ao menos duas atletas às quais a reportagem conversou estavam pela primeira vez no Brasil. A campeã Ariya Tabalno, do Havaí, que também está em sua primeira disputa ao nível mundial, e a francesa Émie Padois que recentemente participou do Grand Prix, no Marrocos. A japonesa Sari Ohhara, número um do mundo e atual campeã mundial de bodyboard, é um dos nomes a serem batidos, especialmente pela capixaba Luna Hardman, número 2 do ranking.

Outro nome de destaque é Mariana Oliveira, uma das pioneiras da modalidade e que estará de volta ao mar. Segundo ela, que fez o movimento de retorno especialmente para o Wahine, é importante que pessoas maduras estejam presentes no esporte. "O maior legado para mim é estar aqui. Fazendo o melhor campeonato com o melhor patrocínio, e no meu melhor momento da vida"

O Wahine cresceu muito desde a primeira edição, segundo destacou Luna. Na primeira, conta ela, eram 5 as meninas na categoria Pro Junior e esse número cresceu para 16, o que é muto expressivo. Ainda de acordo com a atleta, o Mundial possibilita uma experiência única para as estreantes. "Elas podem disputar e conviver com outras que são verdadeiras lendas da modalidade". 

Os troféus do Mundial de Bodyboarding, que acontecerá na Se
Os troféus do Mundial de Bodyboarding, que acontecerá na Serra. (Vítor Antunes/A Gazeta)

Além da prerrogativa que o move, de ser uma competição essencialmente feminina, o Wahine se destaca por trazer à modalidade as pessoas PCD's. Uma das atletas, Carla Cunha, que passou por uma amputação,  diz que é basilar que haja outros campeonatos assim, para, sobretudo, devolver a autoestima e o princípio da prática esportiva para pessoas com necessidades especiais como ela. "A categoria está começando. Agradeço a este esporte que me devolveu a vida através de uma nova possibilidade de me divertir e propagar a necessidade da acessibilidade. Meu sonho não é ganhar ou perder um campeonato. Meu sonho poder ver o máximo possível de gente na água".

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