Publicado em 7 de outubro de 2022 às 08:57
A meningite é uma infecção provocada por bactérias, fungos ou vírus, que afeta as membranas ao redor do cérebro. O aumento nos casos de meningite deixa Espírito Santo em alerta, já que doença pode matar ou deixar graves sequelas.>
Há diversos tipos de meningites, que podem ser causadas por fungos, vírus ou outros tipos de bactérias. "Neste ano de 2022, tem-se a observação de maior número de casos notificados, em especial de meningites bacterianas, que possuem uma magnitude de ocorrência e letalidade", diz nota da Secretaria de Estado de Saúde do ES (Sesa).>
As bacterianas, como a que vem se espalhando pela população, são em geral as mais preocupantes com transmissão por via respiratória, ou seja, de pessoa para pessoa, por meio das gotículas e secreções do nariz e da garganta, eliminadas por tosse, espirro ou até mesmo pela fala. Elas provocam uma inflamação na meninge, que é a membrana que envolve o cérebro e a medula espinhal.>
Outros tipos de meningite podem ser transmitidos por contato entre pessoas e objetos infectados, pelos alimentos ou por picada de inseto. "A vacinação é a forma mais eficiente para proteger contra a doença e precisa ser realizada por toda a população", diz o clínico geral e endocrinologista Daniel Lerario, mestre e doutor pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp). >
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É importante estar atento aos sintomas e procurar atendimento médico em caso de dúvidas. A meningite pode evoluir rapidamente para quadros mais graves, deixando sequelas neurológicas, auditivas e dores crônicas se não houver atendimento médico o quanto antes. >
Os primeiros sinais são, em geral, febre, dor no corpo, dor de cabeça, vômito, aparecimento de manchas na pele e rigidez na nuca. Há variação dos sintomas conforme a idade do paciente.>
Vacinação e diagnóstico precoce são as formas mais eficientes para prevenir ou para evitar que as graves sequelas deixadas pela doença. De acordo com a infectologista Ana Carolina D'Ettorres, da Unimed Vitória, a meningite é considerada uma doença grave porque, além de conseguir provocar a morte, ela também pode deixar sequelas incapacitantes nos pacientes. >
"Com tratamento adequado a mortalidade pode chegar a 20%. Sem tratamento adequado, ela pode chegar a 50%. Comumente, a apresentação tem uma evolução muito rápida, sendo a piora observada em 24h após início de sintomas", diz a médica. >
Além da febre alta, vômitos - que não estão associados a náuseas - e alteração do nível de consciência, em alguns casos, podem ocorrer manchas vermelhas pelo corpo. O diagnóstico é feito por meio de um exame chamado punção lombar, que consiste na retirada de uma amostra do líquido que envolve o sistema nervoso central para que as características dele e a possível presença de bactérias sejam analisadas.>
O Ministério da Saúde ampliou de forma temporária a oferta de vacinas no país: adolescentes entre 11 e 14 anos, que ainda não receberam a vacina meningocócica ACWY (conjugada), têm recomendação de serem imunizados. Acima desta idade, as vacinas estão disponíveis na rede privada e, havendo possibilidade, devem ser tomadas.>
A orientação é que a vacina seja administrada a todos os que não tenham tomado nenhuma dose ou reforço nos últimos 5 anos. A decisão de ampliar o público para imunização está no fato de adolescentes e adultos jovens serem os principais responsáveis pela manutenção da circulação da doença no país, com elevadas taxas de detecção do meningococo em nasofaringe.>
“A vacina desta população protege não apenas aqueles que estão se imunizando, mas também toda a população, reduzindo a circulação dos agentes causadores da Meningite”, explica Daniel Lerario. Na rede particular, é possível encontrar a vacina quadrivalente ACWY, que protege contra quatro sorogrupos de meningococos responsáveis pelas doenças meningocócicas: A, C, W e Y. Inclui, portanto, proteção contra a meningite meningocócica do tipo C, responsável pelo surto atualmente.>
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