Saiba como a osteopatia pode ser usada para problemas em crianças

É possível observar melhora nas cólicas, refluxo, irritabilidade excessiva, distúrbios do sono, melhora no desenvolvimento motor e na amamentação

Osteopatia em criança

O tratamento é realizado através das mãos. Crédito: Shutterstock

A osteopatia é uma especialidade da fisioterapia que utiliza técnicas manuais sobre os tecidos do corpo, como articulações, músculos, fáscias e ligamentos, para ajudar a estabelecer o equilíbrio das estruturas e sistemas corporais.

O método é reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e, inclusive, pode ser usado para tratar problemas em crianças. "O osteopata compreende o bebê e suas particularidades. Através das mãos, ele procura perceber se existe alguma tensão que pode estar atrapalhando funções básicas e primordiais para o crescimento e o desenvolvimento, tais como a sucção, o sono, e o funcionamento intestinal", explica a fisioterapeuta Isabella Rezende, que atua na área de osteopatia pediátrica. 

Através da melhora do funcionamento corporal, com a osteopatia pediátrica é possível observar melhora nas cólicas, refluxo, irritabilidade excessiva, distúrbios do sono, melhora no desenvolvimento motor e na amamentação

Isabella conta que, através de uma entrevista com a mãe, o profissional entende os pontos importantes como a gravidez, o nascimento, a amamentação, o sono e o trato gastrointestinal do bebê. "Uma gravidez com restrição de crescimento do bebê, um bebê com apresentação pélvica, gemelares, aqueles que encaixaram precocemente, mães com cirurgias abdominais, miomas, endometriose, dentre outras condições, são fatores de risco para o aparecimento de tensões no bebê", diz a fisioterapeuta.

O objetivo não é apenas melhorar os sintomas, mas atuar na causa da disfunção. "Para tratar qualquer sintoma, é preciso uma avaliação criteriosa que contemple todas as estruturas como músculos, as articulações e as vísceras. O corpo é uma unidade, todas as partes se relacionam e colaboram entre si para a manutenção da saúde ou da doença", Isabella Rezende.

"Entre os principais benefícios de osteopatia pediátrica, estão a melhora da mobilidade corporal do bebê, além de proporcionar que ele desenvolva todo o seu potencial e tenha um vida mais saudável"

"Entre os principais benefícios de osteopatia pediátrica, estão a melhora da mobilidade corporal do bebê, além de proporcionar que ele desenvolva todo o seu potencial e tenha um vida mais saudável"

Isabella Rezende

RELAXADAS

Lia Silva dos Santos, fisioterapeuta especialista em osteopatia, conta que a avaliação e o tratamento osteopático podem ser iniciados a partir do nascimento. "Publicações recentes demonstram que o tratamento osteopático precoce reduz o tempo de internação na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin) comparado aos bebês que não foram tratados com osteopatia".

A profissional conta que a osteopatia pediátrica ajuda a reduzir os níveis de dor, o tempo e a quantidade de medicações, prevenir doenças ortopédicas e gastrointestinais, além de facilitar o desenvolvimento saudável e sem atraso motor. "Entre os problemas que podem ser tratados com a osteopatia estão as assimetrias de crânio e face, a dificuldade na amamentação, a constipação, o sono irregular, o atraso motor, o refluxo gastroesofágico e patologias ortopédicas", diz Lia Silva dos Santos. 

"A osteopatia pediátrica tem suas próprias técnicas. De uma forma geral, aplicamos técnicas funcionais, fluídicas, membranosas, crânio sacrais e   estruturais adequadas à pediatria"

"A osteopatia pediátrica tem suas próprias técnicas. De uma forma geral, aplicamos técnicas funcionais, fluídicas, membranosas, crânio sacrais e estruturais adequadas à pediatria"

Lia Silva dos Santos

A fisioterapeuta conta que, normalmente, as crianças ficam muito relaxadas, já que começam a fazer os movimentos que não conseguiam e dormem muito. "Em casos onde exista muita restrição de movimento, muitas zonas de tensão ou muita dor, o bebê pode ficar com a área sensível. Nesses casos, oriento compressas mornas no local", diz Lia Silva dos Santos. 

TORCICOLO

Isabella Rezende diz que todo o tratamento é realizado através das mãos. "Utilizamos técnicas suaves e sutis. Elas serão escolhidas a partir do local da disfunção e no intuito de liberar as tensões". A maioria dos bebês fica relaxado a partir da primeira consulta. Caso ele apresente alguma reação, ela tende a desaparecer nas primeiras 24 e 48 horas após a consulta.

A fisioterapeuta explica ainda como desconfiar de um torcicolo no bebê. "Observar uma dificuldade de girar a cabeça para um lado; bebê com preferência de lado para mamar e também observar se o bebê só fica confortável com a cabeça para um lado no carrinho ou no bebê conforto", diz Isabella Rezende.

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