Câncer de pulmão: saiba como identificar os principais sintomas

Uma das principais dificuldades do câncer de pulmão é o seu diagnóstico na fase inicial, por ser uma doença silenciosa

homem tossindo

Os sintomas relacionados ao câncer de pulmão podem ser inespecíficos: a tosse é um deles. Crédito: Shutterstock

O tabagismo tem papel central nos casos de câncer de pulmão. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), cerca de 85% das ocorrências da doença estão relacionadas ao tabagismo ou seus derivados, tais como charutos, cachimbos, narguilés, cigarros de palha e eletrônicos. Por esse motivo, a importância da prevenção contra esse tipo de tumor maligno.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca que o câncer de pulmão figura entre as doenças mais frequentes globalmente, com quase dois milhões de novos casos por ano. No Brasil, segundo estimativas do Inca deste ano, é o terceiro tipo de câncer mais comum entre os homens, sem contar o câncer de pele não melanoma.

A oncologista Caroline Secatto explica que o câncer de pulmão consiste em uma proliferação desordenada de células que sofreram alterações e mutações em seu material genético. "Essas mutações provocam o desenvolvimento descontrolado das células, resultando na invasão de tecidos saudáveis e órgãos adjacentes, apresentando características distintas do tecido normal. As células cancerosas têm a capacidade de formar nódulos e massas no local original e, em muitos casos, podem entrar na corrente sanguínea, se disseminando para outros órgãos, originando as metástases".

Os sintomas relacionados ao câncer de pulmão podem ser inespecíficos como a tosse, a falta de ar, e a dor torácica. "É importante ficar alerta quando há sintomas persistentes, como uma tosse que não passa de jeito nenhum ou uma falta de ar progressiva. Às vezes, em casos mais avançados, pode evoluir com dor torácica limitante. Também pode haver tosse com uma expectoração de sangue. A perda de peso inexplicada também deve ser observada", diz Caroline Secatto.

"O mais importante é estar alerta aos sinais que são persistentes, que não melhoram com o tratamento habitual. Ele merece uma investigação mais aprofundada. E aí procurar um especialista para poder seguir com essa investigação"

"O mais importante é estar alerta aos sinais que são persistentes, que não melhoram com o tratamento habitual. Ele merece uma investigação mais aprofundada. E aí procurar um especialista para poder seguir com essa investigação"

Caroline Secatto

A médica Camila Beatrice, do Ellas Oncologia, diz que em certas situações, mutações genéticas podem ser responsáveis pelo aparecimento da doença. "É frequente que indivíduos que não fumam identifiquem a presença do tumor durante a avaliação de outras condições de saúde".

PREVENÇÃO

É preciso atenção a alguns cuidados com a prevenção do tumor:

  • Não fumar e evitar exposição ao fumo passivo;

  • Manter uma dieta saudável, priorizando alimentos naturais em detrimento dos processados;

  • Praticar exercícios físicos regularmente;

  • Evitar ambientes com alta poluição;

  • Minimizar a exposição a agentes químicos;

Caroline Secatto destaca que uma das principais dificuldades do câncer de pulmão é o seu diagnóstico na fase inicial, por ser uma doença silenciosa. Normalmente, quando há a presença de sintomas, é indicação de um estágio avançado da doença. “É preciso ter atenção aos sintomas. Nesses casos, é crucial buscar atendimento médico para investigação mais aprofundada”, alerta a médica.

Ela recomenda que pessoas com histórico de tabagismo e com mais de 55 anos considerem exames de imagem preventivos, como a tomografia de tórax de baixa dosagem anual, a fim de possibilitar a detecção precoce da doença.

A detecção precoce pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais, endoscópios ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença, ou de pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento), mas pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença.

O tratamento vai depender do estágio em que o tumor se encontra. Nos mais iniciais, podem ser feitas cirurgia e a quimioterapia. Nos intermédios, no geral, são utilizadas quimioterapia com a radioterapia, dependendo do caso. Já nos estágios mais avançados, são utilizadas a quimioterapia, atualmente a imunoterapia, e também a terapia alvo, com medicamentos administrados via oral. 

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