Publicado em 30 de dezembro de 2022 às 09:40
O ex-jogador Pelé morreu nesta quinta-feira (29), aos 82 anos, devido a um câncer de cólon. Ele lutava contra a doença desde 2021. O câncer de intestino ou colorretal abrange os tumores que se iniciam na parte do intestino grosso chamado cólon e no reto (final do intestino e no começo do ânus) e ânus. O ícone do esporte mundial estava internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. >
Nos últimos anos, Pelé sofreu uma série de problemas de saúde, incluindo uma cirurgia no quadril que o deixou com dores recorrentes e problemas para andar sem ajuda.>
Em todo mundo, esse é o terceiro tipo de câncer mais comum, e representa 10 % de todos os novos casos da doença em geral. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), 45.630 novos casos devem ser diagnosticados no país até o final deste ano. >
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O câncer colorretal tem origem multifatorial e é um tipo de tumor maligno que afeta o intestino grosso, o cólon ou o reto. De acordo com o médico Fernando Zamprogno, esta doença não apresenta sintomas e pode ser prevenida. A maioria dos casos tem origem em pólipos, que crescem lentamente na parede interna do órgão. >
"O câncer surge de lesões chamadas pólipos que, se descobertos, podem ser retirados antes que se tornem um tumor. Cada pólipo possui uma graduação de perigo em se tornar câncer e pode ser detectado durante um exame de colonoscopia, podendo assim intervir antes do surgindo do câncer", destacou o médico.>
A faixa etária mais atingida pela doença é entre os 55 a 70 anos, tendo incidência semelhante entre homens e mulheres. Entretanto, pessoas mais jovens também podem adoecer.>
Entre os fatores que colaboram para o aparecimento do câncer de cólon, estão a obesidade e a constipação intestinal. "Há síndromes genéticas, história de parente com câncer colorretal, inclusive alimentação rica em gorduras, produtos processados, industrializados (como presunto, salame, embutidos e enlatados) e pobre em fibras podem colaborar com o surgimento", diz o radio-oncologista Guilherme Rebello, do Instituto de Radioterapia Vitória (IRV)>
O principal exame para detectar o câncer colorretal é a colonoscopia. Além de solicitado quando há sintomas, ou após um resultado positivo na pesquisa de sangue oculto nas fezes (PSOF), é utilizado no rastreamento do câncer colorretal a partir dos 50 anos, ou a partir dos 40 anos em pacientes com histórico familiar.>
A oncologista clínica Juliana Alvarenga explica que a colonoscopia é um exame relativamente simples, que funciona como se a pessoa fosse fazer uma endoscopia, mas com a função de visualização do intestino e não do estômago. "Entra com o dispositivo endoscópico pelo ânus e consegue visualizar até a porção final do intestino delgado, passando por todo o intestino grosso. Dessa forma, além da visualização das imagens fornecidas pela câmera, é possível fazer a retirada de tecido para biópsias, retirada de pólipos, além de diagnósticos, como de câncer colorretal, da Doença de Crohn ou de Retocolite Ulcerativa".>
O câncer de intestino é uma doença tratável e frequentemente curável. A cirurgia é o tratamento inicial, retirando a parte do intestino afetada e os gânglios linfáticos (pequenas estruturas que fazem parte do sistema de defesa do corpo) dentro do abdome. Outras etapas do tratamento incluem a radioterapia (uso de radiação), associada ou não à quimioterapia (uso de medicamentos), para diminuir a possibilidade de recidiva (retorno) do tumor.>
O tratamento depende principalmente do tamanho, localização e extensão do tumor. Quando a doença está espalhada, com metástases para o fígado, pulmão ou outros órgãos, as chances de cura ficam reduzidas. Após o tratamento, é importante realizar o acompanhamento médico para monitoramento de recidivas ou novos tumores.>
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