Alopecia: entenda a doença da personagem de Elisa Lucinda em 'Vai na Fé'

Estado emocional pode agravar sintomas da alopecia areata. Ela se manifesta pela perda brusca dos cabelos formando placas arredondadas e provocando falhas

Marlene, personagem de Elisa Lucinda na novela 'Vai na Fé

Marlene, personagem de Elisa Lucinda na novela 'Vai na Fé. Crédito: Reprodução/ TV Globo

A novela "Vai na Fé" abordou, na última semana, a alopecia, um problema que acomete milhões de brasileiros. Quem acompanha a trama notou que a personagem Marlene, interpretada por Elisa Lucinda, revelou que sofre da condição. 

Para o site da Quem, Elisa Lucinda contou sobre o assunto. "A Marlene esconde a alopecia, doença que provoca queda capilar em tufos de áreas da cabeça e que, embora comum e popular, é sofrida secretamente por milhares de pessoas", conta a atriz. "Mulheres negras são as maiores vítimas, uma vez que, além de causas emocionais, a doença se dá também por um histórico de uso permanente de lenços por anos, alisamentos por meio de ferro e pente quentes, uso de soda cáustica e outros ácidos corrosivos presentes em muitas pastas alisantes, incluído as misturas para 'relaxar' os fios ou o uso intermitente de perucas, laces ou tranças extremamente apertadas", completa.

Alopecia é uma perda de cabelos do couro cabeludo ou dos pelos do corpo que pode ser temporária ou definitiva, conforme o tipo. A dermatologista Giane Giro explica que existem dois grupos principais de alopecias, as cicatriciais e não cicatriciais. A alopecia areata e androgenética são dois tipos do grupo das não cicatriciais, dentre outras. "A alopecia areata pode aparecer em qualquer parte do corpo, incluindo o couro cabeludo. É mais comum se manifestar pela perda brusca dos cabelos formando placas arredondadas e provocando falhas", diz a dermatologista.

A doença pode ter predisposição genética ou associação com doenças autoimunes. "Em alguns casos, fatores emocionais podem estar relacionados", explica Giane Giro. O sintoma é a perda brusca dos cabelos em placas arredondadas. "Mas existem pacientes com perda dos cabelos de todo o couro cabeludo e também dos pelos do corpo".

ALOPECIAS CICATRICIAIS

Alopecias cicatriciais são aquelas em que a área acometida não apresenta folículos, que foram destruídos por processos inflamatórios ou agressões importantes, como tração excessiva, queimaduras e cortes. "Elas costumam ser mais preocupantes e requerem urgência no diagnóstico correto e no tratamento, uma vez que sua perda capilar pode ser irreversível", diz o médico e tricologista Ademir Carvalho Leite.

Isso se deve ao fato de que as células-tronco presentes no folículo, responsáveis por reiniciar o ciclo de crescimento capilar, foram destruídas, resultando em uma redução permanente da densidade de folículos pilosos na região acometida.

"Casos como estes são muito comuns, e este tipo de alopecia está relacionado a lúpus eritematoso cutâneo, líquen plano pilar, foliculite decalvante e alopecia fibrosante frontal", diz Ademir Carvalho Leite. 

TRATAMENTO 

O diagnóstico é clínico, feito pelo exame dermatológico e pela tricoscopia, realizado com um aparelho que visualiza imagens amplificadas do couro cabeludo que ajudam a confirmar a doença. Em poucos casos pode ser necessária a biópsia de couro cabeludo para a confirmação.

Giane Giro conta que existem tratamentos de uso local, como corticoide e minoxidil. E injeções de corticoide nas placas para acelerar o crescimento. "Em alguns casos, pode acontecer até melhora espontânea. Casos específicos podem necessitar de tratamento por via oral para reduzir a inflamação do folículo piloso e estimular o crescimento dos cabelos. O tratamento deve ser acompanhado pelo dermatologista". Na maioria das vezes, a melhora ocorre em poucos meses.

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