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Alergia ou intolerância ao leite? Conheça os sintomas e as diferenças

Intolerância e alergia são dois termos que podem parecer semelhantes para muitas pessoas, mas são completamente diferentes. Para os alérgicos mais graves, andar com caneta de adrenalina na bolsa pode ser fundamental

Publicado em 26 de janeiro de 2023 às 15:16

Mulher tomando leite
Para os alérgicos, o leite não pode ser consumido de forma geral Crédito: Shutterstock

A notícia de uma jovem de 24 anos que morreu na África do Sul após usar uma colher com resquícios de leite vem chamando a atenção das pessoas sobre o tema. Jess foi vítima de uma crise aguda, causada por sua alergia à proteína do leite. Como frequentemente ocorre uma confusão entre alergia e intolerância alimentar, Roberta Roldi, médica alergista e imunologista da Unimed Vitória, esclarece as principais dúvidas entre os dois termos. 

"O leite é composto por água, sais minerais, proteínas e açúcares. Quando falamos de intolerância, estamos falando de lactose, que é um carboidrato, um tipo de açúcar do leite. Nessa condição, a pessoa tem dificuldade para digerir esse açúcar. Já a alergia ocorre em relação às proteínas do leite. Isso significa que há uma resposta imunológica do organismo, que produz anticorpos para atacar essa proteína. Então, para os alérgicos, não adianta tirar a lactose, como é o caso dos intolerantes. O leite não pode ser consumido de forma geral", explica. 

Os principais sintomas da intolerância à lactose aparecem logo após a ingestão do leite. São eles: distensão abdominal, gases e diarreia. 

Já os sintomas da alergia ao leite também podem ser variados. "Edema e inchaços na boca, olhos e outras regiões do corpo, sensação de fechamento da garganta, lesões na pele, urticária, vômitos e falta de ar. A hipotensão arterial (ocorre quando a pressão arterial cai a ponto de provocar sintomas como tonturas e desmaios), chiados, sangramento nas fezes e refluxo persistente", diz a médica. 

Roberta pondera que a alergia ao leite pode se manifestar de forma e intensidade diferente em cada pessoa. "Algumas pessoas vão ter reação ao consumir o leite e há outras que não podem sequer consumir alimentos que foram preparados em recipientes contendo traços de leite de algum outro alimento", diz a alergista. 

Em bebês, é comum que a alergia ao leite, manifestada nos primeiros meses, passe até os cinco anos. No entanto, há casos em que ela permanece ao longo da vida. Já quando a alergia surge na adolescência ou na vida adulta, ela tende a não desaparecer. 

TRATAMENTO

Segundo Roberta, pessoas alérgicas ao leite não devem consumir o leite. "Principalmente para aqueles que manifestam reações como inchaços na boca e nos olhos, é preciso ter sempre à mão um antialérgico e um corticoide. Já os pacientes mais graves precisam andar com uma caneta de adrenalina, que pode salvar vidas em situações nas quais as pessoas passam mal e não têm muitos recursos", indica. 

Roberta afirma que existem protocolos de dessensibilização ao leite para diminuir a alergia, mas são tratamentos difíceis, que são geralmente feitos em hospitais universitários, seguindo protocolos clínicos de pesquisa, ou em grandes centros de alergia.

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