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Publicado em 22 de março de 2023 às 14:40
O ator e ex-modelo Paulo Zulu, 59 anos, revelou que passou por uma nova cirurgia para retirar um câncer na bexiga. Ele contou que descobriu a doença durante um exame de prevenção em um hospital em Joinville (SC). >
"Infelizmente, quando eu fiz aquele post do hospital, eu fiz uma prevenção. Na verdade, eu tinha feito uma operação porque foi descoberto um sistema canceroso pequeno na minha bexiga. Já é o segundo. Há dois anos atrás eu tirei outro", disse o ator. >
Paulo fez questão de tranquilizar os fãs sobre seu estado de saúde após o procedimento. E disse ainda que a recuperação está indo bem e que sempre levou uma vida saudável. "Não afeta nada a minha vida, porque eu sou super saudável, então, a recuperação é boa. Mas graças eu ter feito essa revisão, através da prevenção, eu consegui detectar em tempo hábil de poder operar e ficar bem". >
O câncer de bexiga se caracteriza como um tumor maligno que acomete as células que recobrem as paredes internas da bexiga. É o segundo tumor urológico mais incidente entre os homens (em primeiro lugar vem o de próstata). De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), em 2022 as estimativas eram 7.590 novos casos entre os homens e 3.050 entre as mulheres. >
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A oncologista Juliana Alvarenga conta que o principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer de bexiga é o tabagismo. "Entre 50 a 70% dos casos da doença estão associados ao cigarro. Outro fator de risco importante é a exposição a componentes químicos, que muitas vezes é ocupacional, ou seja, faz parte da rotina de trabalho do indivíduo em setores como indústria têxtil, de tintas e corantes, de metal e de borracha, entre outras".>
Sangue na urina, dor durante o ato de urinar e necessidade frequente de urinar, mas sem conseguir fazê-lo, podem ser sinais de alerta de diferentes doenças do aparelho urinário, inclusive do câncer de bexiga. Segundo o médico urologista Danilo Galante, a maioria dos cânceres nesta região são detectados quando há um primeiro episódio de hematúria, isto é, sangramento na urina – que pode ser microscópico (só aparece no exame de urina) e macroscópico, quando visto pelo próprio paciente (urina rosa ou vermelha com coágulos).>
O oncologista Wesley Vargas Moura, do Neon, explica que o tumor se caracteriza por uma multiplicação e disseminação da célula cancerosa. "Os primeiros sintomas geralmente são sangramentos que podem ser visíveis a olho nu ou achados em um exame de urina".>
O médico explica que, diante da apresentação clínica do sangramento, a cistoscopia (endoscopia da bexiga) é o exame inicial. "Ela nos possibilita a biópsia do tumor. Os exames de imagem como ultrassom, a tomografia e principalmente a ressonância magnética ajudam a determinar o estágio da doença", diz Wesley Vargas Moura.>
As formas de tratamento variam de acordo com o tipo e o estado da doença. Para tumores superficiais, é possível fazer a retirada por via endoscópica, chamada ressecção transuretral. Em outros casos, dependendo da profundidade e da localização do tumor, é possível fazer uma retirada parcial da bexiga, a cistectomia parcial. "Em casos de tumores menores, uma curetagem com quimioterapia intravesical (dentro da bexiga) pode resolver. Em casos mais graves, a indicação é a cirurgia com quimioterapia e radioterapia. Atualmente, a imunoterapia tem sido muito bem usada e com boas respostas", explica Wesley Vargas Moura.>
A oncologista Juliana Alvarenga ressalta que não existe exame de rotina para fazer diagnóstico precoce do câncer de bexiga. "Por isso é importante estabelecer um estilo de vida sem fumo e evitar o fumo passivo. Também se recomenda a ingestão abundante de água, principalmente se você tem contato frequente com produtos químicos, pois a alta ingestão de água ajuda a eliminar essas substâncias do organismo, agredindo menos as paredes da bexiga".>
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