Publicado em 30 de maio de 2023 às 10:12
Roger Waters, cofundador do Pink Floyd, explicou o conceito de sua roupa supostamente com referências ao nazismo, durante uma apresentação em Berlim, na semana passada. Após o ocorrido, a polícia alemã abriu uma investigação contra o britânico, que fez um pronunciamento através de seu perfil no Twitter, neste sábado (27).>
"Os elementos de minha performance que foram questionados são claramente uma declaração em oposição ao fascismo, injustiça e fanatismo em todas as suas formas", declarou Waters. "As tentativas de retratar esses elementos como algo diferente são dissimuladas e politicamente motivadas. A representação de um demagogo fascista desequilibrado tem sido uma característica dos meus shows desde 'The Wall' do Pink Floyd em 1980.">
Imagens do show, que ocorreu no dia 17 deste mês, mostram o cantor com um longo casaco preto com braçadeiras vermelhas brilhantes. Ainda durante a apresentação, o telão exibiu inscrições em letras vermelhas com os nomes de Anne Frank, a judia morta em um campo de concentração, e Shireen Abu Akleh, jornalista palestina-americana do canal Al Jazeera morta em uma operação israelense, em maio de 2022.>
"Passei minha vida inteira falando contra o autoritarismo e a opressão onde quer que os veja. Quando eu era criança, depois da guerra, o nome de Anne Frank era frequentemente falado em nossa casa, ela se tornou um lembrete permanente do que acontece quando o fascismo não é controlado. Meus pais lutaram contra os nazistas na Segunda Guerra Mundial, com meu pai pagando o preço final", completou ele, em outro trecho do comunicado.>
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INVESTIGAÇÃO>
Na sexta-feira (26), a polícia alemã informou que abriu uma investigação de incitação ao ódio por parte de Waters. "Estamos investigando e, após a conclusão do procedimento, transmitiremos as informações ao Ministério Público para uma última avaliação jurídica", acrescentou o porta-voz da polícia à AFP.>
O MP decidirá se o cantor britânico, 79 anos, será processado ou não. O show recebeu muitas críticas em Israel e o ministério das Relações Exteriores do país afirmou que o artista "profanou a memória de Anne Frank e de seis milhões de judeus assassinados no Holocausto". "Waters quer comparar Israel com os nazistas. Ele é um dos maiores críticos dos judeus de nossa época", escreveu no Twitter o embaixador de Israel na ONU, Danny Danon.>
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