Publicado em 4 de novembro de 2024 às 11:19
O músico, arranjador e produtor Quincy Jones, um dos principais nomes da música americana, morreu neste domingo (3) aos 91 anos. Ele foi reconhecido por trabalhos que vão de Count Basie a Frank Sinatra e pela reformulação da música pop ao colaborar com Michael Jackson.>
Jones deixou sua marca em trabalhos que vão do jazz ao hip hop. Em seis décadas de carreira, foi trompetista, líder de banda, arranjador, compositor e produtor. Uma de suas produções mais celebradas é o disco "Thriller", de Jackson, que entrou para a história como um dos mais vendidos de todos os tempos.>
Um workaholic de estúdio e virtuoso em lidar com egos delicados, ele moldou gravações de grandes nomes do jazz como Miles Davis, produziu Sinatra e reuniu o conjunto de superestrelas que gravou o projeto beneficente "We Are the World", de 1985, a música de maior sucesso na época.>
Escreveu trilhas sonoras de filmes e co-produziu "A Cor Púrpura", assim como o programa de televisão dos anos 1990 "Um Maluco no Pedaço", que lançou a carreira de Will Smith.>
>
O produtor recebeu 80 indicações ao Grammy e venceu 28 e foi o primeiro compositor negro a assumir um alto cargo em uma grande gravadora, a Mercury. Foi pioneiro também no cinema hollywoodiano. Além disso, recebeu títulos honorários de Harvard, da Berklee School of Music e de outras instituições.>
O assessor de Jones, Arnold Robinson, informou que ele morreu em sua casa, na região de Bel Air, em Los Angeles, ao lado da família. A causa não foi informada.>
"Esta noite, com corações cheios, mas partidos, devemos compartilhar a notícia do falecimento de nosso pai e irmão Quincy Jones", disse a família em um comunicado. "E embora esta seja uma perda imensa para nossa família, celebramos a grande vida que ele viveu e sabemos que nunca haverá outro como ele.">
Nascido em Chicago, Jones trabalhou com Ray Charles na adolescência e, como músico, viajou com as big bands de Lionel Hampton e de Dizzy Gillespie.>
O interesse pela música surgiu quando ele e alguns amigos de infância encontraram um piano após entrarem escondidos em um centro comunitário.>
"A música era a única coisa que eu podia controlar", escreveu em sua autobiografia. "Era o único mundo que me oferecia liberdade. Eu não precisava procurar por respostas. As respostas estavam ali, não mais longe do que o bocal do meu trompete e das minhas partituras rabiscadas a lápis. A música me tornava completo, forte, popular, autossuficiente e descolado.">
Consagrado, na vida adulta o seu círculo de amigos incluía algumas das figuras mais conhecidas do século 20. Ele jantou com Pablo Picasso, conheceu o Papa João Paulo 2º, ajudou Nelson Mandela a celebrar seu 90º aniversário e uma vez se refugiou na ilha de Marlon Brando no Pacífico Sul para se recuperar de um colapso.>
Era fã da música brasileira e chegou a desfilar na Portela em 2006, no alto de um carro alegórico, em defesa do enredo "Brasil, marca a tua cara e mostra para o mundo".>
Na década de 1960, compôs "Soul Bossa Nova", uma canção instrumental de jazz, após voltar de uma turnê no Brasil com Gillespie.>
Em fevereiro de 2018, o artista pediu desculpas após entrevistas polêmicas em que acusou Michael Jackson de roubar canções e dizer que os Beatles eram os piores músicos do mundo.>
Com Jackson, além de "Thriller", em 1982, ele fez "Off the Wall" (1979) e "Bad" (1987).>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta