Vinhos do Tejo servidos durante masterclass do jornalista Marcelo Copello em Vitória. Crédito: Nádia Alcalde/Arquivo pessoal
A preferência dos brasileiros por vinhos portugueses tem crescido significativamente, e uma prova disso é a quantidade expressiva de garrafas exportadas de Portugal para o Brasil. De acordo com a ViniPortugal, entidade responsável pela promoção da bebida feita em terras lusitanas, nosso país ocupa o terceiro lugar no ranking dos que mais a importaram de lá.
Essa crescente demanda reflete também uma nova invasão portuguesa, já que eventos com seus vinhos têm sido realizados frequentemente por aqui, como forma de divulgar as regiões vitivinícolas.
Na semana passada, Vitória recebeu uma dessas ações, a caravana Vinhos do Tejo Roadshow, que passará também por outras capitais brasileiras.
Quem esteve à frente da edição capixaba, um almoço harmonizado realizado no bistrô Gran Cave, na Mata da Praia, foi o jornalista Marcelo Copello, que conduziu uma aula com rótulos selecionados de 14 produtores.
Na ocasião, o especialista comentou que a Comissão Vitivinícola Regional dos Vinhos do Tejo foi pioneira em ações educativas no Brasil para formar profissionais e amantes do vinho.
A região, localizada no centro do país, também é conhecida como Ribatejo e fica a mais ou menos uma hora da capital, Lisboa. Seu território compreende 12.500 hectares de vinhedo, e a produção anual chega a 61 milhões de litros. Isso faz dela a quinta entre as principais áreas produtoras de Portugal, atrás de Douro, Alentejo, Lisboa e Minho, com seus Vinhos Verdes.
A influência do Rio Tejo
Além de vinhedos, o Tejo tem olivais, sobreiros e castelos medievais. É a terra de Luís de Camões, um dos escritores mais importantes da língua portuguesa e um dos grandes expoentes da literatura ocidental. O Rio Tejo cruza essa região inteira e tem influência direta no clima predominantemente mediterrâneo, com verões mais frescos e invernos suaves.
As uvas que mais se destacam por lá são as brancas Fernão Pires e Arinto, que originam vinhos frescos e aromáticos. Entre as tintas, destacam-se Castelão e Aragonês, de perfil mais robusto e encorpado. Castas internacionais, como Syrah e Chardonnay, também são bem plantadas naquela área.
Para quem acha que o Tejo produz apenas vinhos fáceis de beber e econômicos, o evento em Vitória provou exatamente o contrário. Os rótulos selecionados por Copello apresentaram estrutura densa, boa concentração de fruta madura, taninos presentes e final persistente. Muitos deles são envelhecidos em madeira e têm boa complexidade de aromas e sabores. Por isso, vale a pena conhecê-los.
5 vinhos do Tejo que vale a pena provar
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1
Falua Conde Vimioso Rosé - Safra 2017
O Falua foi um dos vinhos apresentados no evento pelo jornalista Marcelo Copello. É um rosé elaborado 100% com a uva Castelão, um pouco mais encorpado e de cor mais intensa também por conta da estrutura da uva. Seus aromas lembram frutos vermelhos, morango e framboesas, com um ligeiro toque de ervas secas. Vinho gostoso e bem harmônico. Quanto: R$ 132, pelo site ventuprime.com.br.
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2
Quinta da Badula Reserva Tinto - Safra 2019
Esse tinto traz 15% de álcool de um blend com Syrah, Touriga Nacional e Alicante Bouschet. Passa 12 meses em barrica de carvalho francês e por isso entrega notas de madeira tostada, chocolate e baunilha bem integrados. Os taninos são sedosos e combinam bem com a acidez e esse álcool todo. Sugiro dar um leve respiro na taça antes de degustá-lo. Quanto: R$ 289, pelo site evitage.com.br.
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3
Marquesa de Cadaval - Safra 2021
Outro vinho degustado na aula de Copello foi esse da Casa Cadaval, que também traz um gole de história. A marquesa do nome ao vinho foi responsável pelo surgimento da cena artística do Tejo, e a propriedade Herdade de Muge, antes de ser ocupada pela família que elabora esse rótulo, foi palco de diversos saraus com grandes artistas da região. Trata-se de um corte com Touriga Nacional, Alicante Bouschet e Trincadeira que mostra uma combinação rica e complexa de sabores. É um vinho pronto para consumo, ideal para quem aprecia um estilo mais potente e também excelente para guarda. Quanto: R$ 425, pelo site viavini.com.br.
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4
Quinta da Alorna Fernão Pires - Safra 2022
A Quinta da Alorna é uma vinícola lendária com quase 300 anos de história na região do Tejo. A mais clássica e a mais conhecida, e também uma das poucas a elaborar um vinho 100% com a casta Fernão Pires. Esse rótulo traz notas de maçã verde, lima, pêssego e rosa, apresenta teor alcoólico moderado em bom equilíbrio com a acidez e resulta em um vinho fresco, fácil de harmonizar e de agradar. Quanto: R$ 99, na Gran Cave, em Vitória. (27) 99276-6085.
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5
Casa Agrícola Portugal Aragonêz e Syrah - Safra 2021
Com estágio de três meses em barricas de carvalho francês, esse vinho tem aromas bem expressivos de baunilha, especiarias e um leve tostado. Entrega boa estrutura e mostra-se ligeiramente doce, devido ao açúcar residual da uva. Pede pratos mais encorpados na harmonização. Quanto: R$ 48,90, nos supermercados Extraplus. (27) 4090-2500.
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