Websérie celebra a tradição cultural de Goiabeiras, em Vitória

O primeiro episódio de "Griôs de Goiabeiras" estreia nesta quarta (17), às 19h, durante o lançamento do site IMA Cultural, do Instituto Marlin Azul

Cena da websérie

Cena da websérie "Griots de Goiabeiras", que estreia nesta quarta-feira (17). Crédito: IMA/Divulgação

Você sabe o que significa a palavra griô, que chegou a ser tema de desfile da Unidos de Jucutuquara no carnaval de 2020? Originários da África Ocidental, são "pessoas-símbolos" de uma comunidade, consideradas mestres da oralidade e da ancestralidade, além de responsáveis por transmitir conhecimentos para os demais membros de sua região, seja por meio de histórias, cantigas, danças e trabalhos. 

Portanto, vem de matizes africanas a inspiração para a websérie "Griôs de Goiabeiras", que será lançada nesta quarta-feira (17), às 19h, com transmissão ao vivo durante a inauguração do site IMA Cultural, do Instituto Marlin Azul. O lançamento do primeiro dos cinco episódios, "As Paneleiras", estreia aproveitando a Semana da Consciência Negra. 

Depois da exibição de lançamento, um novo capítulo - com duração de 15 minutos - entra no ar semanalmente. São eles: "O Congo" (24/11); "A Folia de Reis" (01/12); "As Cantadeiras" (08/12) e "O Manguezal" (15/12).

Como o título da websérie sugere, o programa registra e difusão da memória (pessoal e coletiva) de mestres e mestras dos saberes e fazeres da comunidade de Goiabeiras Velha (Vitória), com destaque das personalidades marcantes, suas histórias de vida e da geografia física, social e humana de um dos mais tradicionais e culturalmente ricos bairros da Grande Vitória. 

"As Paneleiras", a primeiro capítulo, valoriza o "xodó" de Goiabeiras, o ofício de fabricar panelas de barro repassado pelas artesãs às filhas, netas, sobrinhas e vizinhas. O trabalho tornou-se, em 2002, o primeiro bem cultural registrado como Patrimônio Imaterial no Livro de Registro dos Saberes, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Abaixo, HZ traz uma espécie de pré-estreia, mostrando uma cena do episódio.

A captação das entrevistas de "Griôs de Goiabeiras" aconteceu em espaços de interação dos moradores do bairro, como quintais, varandas e em ambientes representativos da identidade local, como o Galpão das Paneleiras, o barreiro do Vale do Mulembá, a Pedra Porto de Goiabeiras e o Canto do Lameirão.

REPRESENTATIVIDADE

Beatriz Lindenberg, diretora do Instituto Marlin Azul, produtora da websérie, falou sobre o conceito da atração. "Os mestres e mestras são pessoas que trazem na carne a herança e as lembranças de várias gerações. A série inicia um trabalho de valorização da memória e de reflexão sobre a força das tradições. Os griôs são os guardiões de saberes e fazeres cultivados na prática, no jeito de ser e nas relações com a comunidade, com a natureza, com as invenções do cotidiano", acredita.

Ela afirma que o projeto celebra, registra e contribui para a preservação desse conhecimento construído através dos vínculos familiares e laços de vizinhança. "Apesar da passagem do tempo e das transformações sociais e culturais", ressalta.

Beatriz também acredita que estas tradições culturais fortalecem cada vez mais uma comunidade tão rica em histórias e saberes, como a de Goiabeiras Velha. "Uma comunidade com raízes fortes valoriza seus integrantes e o que eles guardam. Os mestres e mestras sempre comentam como as manifestações culturais, seja um ofício, uma festa, um ritual, um gesto, uma toada, o jeito de construir ou tocar um instrumento são formas de se manterem juntos", complementa. 

Além da atração documental, o site IMA Cultural promete ser um ambiente gratuito para a formação e inclusão do audiovisual, composto por sessões temáticas, workshops, mostras, exposições artísticas e oficinas.  O espaço ainda deve oferecer acesso a lives, tutoriais permanentes ou workshops programados sobre diferentes elementos da linguagem cinematográfica.

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