Publicado em 13 de julho de 2022 às 15:13
Chegou o dia em que os roqueiros lembram e comemoraram, cada um ao seu modo – muitas vezes de forma nostálgica –, o Dia Mundial do Rock. Apesar do termo global, foi aqui pelo Brasil que a data “pegou” e vem juntando mais gente em 2022 com maioria da população imunizada. Megashows lotados dos dinossauros do rock pelo mundo e público fiel em bares e pubs como em nosso estado mostram a força do gênero. >
Mas, será a retomada para o fim de uma era? Estamos diante dos momentos derradeiros do formato das turnês e megashows e ainda do rockão como nos acostumamos a ouvir nos últimos 50 anos ou as novas bandas darão conta do recado? >
Os festivais e shows são a essência do rock, que impulsiona, reúne amigos, motiva viagens, fideliza fãs, perpetua histórias, faz extravasar as emoções do ritmo e já foi motor de tendências e comportamentos. Na história, podemos citar o Woodstock, com Jimi Hendrix em 1969, e o brasileiro Rock in Rio, que neste ano tem Iron Maiden e Guns N’ Roses – mas também tem Acorda Pedrinho e o piseiro em alta para protestos dos metaleiros.>
A história mostra o alcance: Rod Stewart na festa da passagem de ano de 1994/1995, fez um show para mais de 3,5 milhões de pessoas na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Rolling Stones também fez outra apresentação com esta dimensão. E ainda teve em 1980 o Queen, com o cara Freddy Mercury, que cantou para mais de 130 mil pessoas no Morumbi, além de Paul McCartney, em 1990, que levou mais de 180 mil ao Maracanã.>
>
Numa mostra dos shows das mega bandas que lotaram estádios em turnês pelo país neste ano temos os veteranos mascarados do Kiss, as baladas do Coldplay e o thrash metal do Metallica, que inclusive ganhou muitos fãs depois que a música "Master of Puppets" (Master! Master! Lembra?) apareceu na série de sucesso Stranger Things.>
Auge, bons tempos que ainda resistem, mas os setentões do Kiss – precursores e que investiram na criação de espetáculos de rock – já anunciaram a aposentadoria e acenderam o alerta. E não são os únicos nesta faixa etária a fazer a despedida do palco. Nesta leva tem ainda o David Coverdale, do Whitesnake – também com seus 70 anos –, Ozzy, bem debilitado – mas, torcemos pela recuperação –, além do Phil Collins, do rock pesado do Slayer e os épicos Rush que já pararam mesmo.>
Ainda tem os casos daqueles que estão na ativa, mas dão claros sinais dos tempos nas dificuldades em cantar. Dentre os mais "jovens", o Axl Rose, que forçou muito em seus agudos ao longo da carreira de sucesso, e o Bon Jovi. Até o frontman do Metallica, James Hetfield, já confidenciou passar por momentos de insegurança para subir no palco.>
A dúvida é: vão virar “coisa de tiozão” saudosista ou bandas como Maneskin (Begin the Begin...) ou Greta Van Fleet, estarão por aí para perpetuar o legado popularizado por Elvis Presley e que de desdobrou, juntou, mutou em vários ritmos? Continuará se misturando e adaptando? >
O vocalista Renato Casanova costuma dar uma explicação, por exemplo, em relação ao Casaca e o rockongo (rock+congo): "A banda é o congo com alguma coisa". A banda, assim como o Manimal, fez shows inesquecíveis lotando a Praça do Papa, em Vitória, por exemplo. >
No Espírito Santo o ex-Beatle Paul McCartney, Scorpions e Deep Purple passaram por aqui e fizeram shows incríveis, mas já faz tempo... uma pena. Também temos nomes como Legião Urbana e Sepultura que tocaram e tocam por aqui. Em termos de festivais, vale lembrar o Kuarup, nos idos de 1989 com Barão Vermelho, do Cazuza (discutindo temas atuais como racismo estrutural e violência contra a mulheres), as três edições do Dia D e o Vitória Pop Rock. Organizado pelos capixabas, como esquecer o Dia de Rock (já na expectativa dos próximos) e os festivais Harley Davidson.>
Fato é: quem gosta, precisa aproveitar o que puder. Os setentões e oitentões não poderão continuar na estrada por ainda muito tempo. Mas, estão por aí com a incrível energia de Mick Jagger, 80 anos, Evandro Mesquita, com 70, e por aí vai. E viva o rock e suas vertentes – com as maiores baladas feitas pelos metaleiros até o rock pesado. Parabéns pelo dia. O show tem de continuar, como dizia o não menos queridos do conjunto Fundo de Quintal.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta