Dia Mundial do Rock: fim de uma era ou início de novos tempos?

Estamos diante dos momentos derradeiros do formato das turnês e megashows e ainda do rockão como nos acostumamos a ouvir nos últimos 50 anos ou as novas bandas darão conta do recado?

  • Roberto Teixeira Mestre em Comunicação e editor do projeto @capixabasnorock
Rock: será que ele vai se manter como conhecemos ou passará por mudanças?

Rock: será que ele vai se manter como conhecemos ou passará por mudanças?. Crédito: Shutterstock

  • Roberto Teixeira

    Mestre em Comunicação e editor do projeto @capixabasnorock

Chegou o dia em que os roqueiros lembram e comemoraram, cada um ao seu modo – muitas vezes de forma nostálgica –, o Dia Mundial do Rock. Apesar do termo global, foi aqui pelo Brasil que a data “pegou” e vem juntando mais gente em 2022 com maioria da população imunizada. Megashows lotados dos dinossauros do rock pelo mundo e público fiel em bares e pubs como em nosso estado mostram a força do gênero.

Mas, será a retomada para o fim de uma era? Estamos diante dos momentos derradeiros do formato das turnês e megashows e ainda do rockão como nos acostumamos a ouvir nos últimos 50 anos ou as novas bandas darão conta do recado?

Os festivais e shows são a essência do rock, que impulsiona, reúne amigos, motiva viagens, fideliza fãs, perpetua histórias, faz extravasar as emoções do ritmo e já foi motor de tendências e comportamentos. Na história, podemos citar o Woodstock, com Jimi Hendrix em 1969, e o brasileiro Rock in Rio, que neste ano tem Iron Maiden e Guns N’ Roses – mas também tem Acorda Pedrinho e o piseiro em alta para protestos dos metaleiros.

A história mostra o alcance: Rod Stewart na festa da passagem de ano de 1994/1995, fez um show para mais de 3,5 milhões de pessoas na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Rolling Stones também fez outra apresentação com esta dimensão. E ainda teve em 1980 o Queen, com o cara Freddy Mercury, que cantou para mais de 130 mil pessoas no Morumbi, além de Paul McCartney, em 1990, que levou mais de 180 mil ao Maracanã.

Numa mostra dos shows das mega bandas que lotaram estádios em turnês pelo país neste ano temos os veteranos mascarados do Kiss, as baladas do Coldplay e o thrash metal do Metallica, que inclusive ganhou muitos fãs depois que a música "Master of Puppets" (Master! Master! Lembra?) apareceu na série de sucesso Stranger Things.

Auge, bons tempos que ainda resistem, mas os setentões do Kiss – precursores e que investiram na criação de espetáculos de rock – já anunciaram a aposentadoria e acenderam o alerta. E não são os únicos nesta faixa etária a fazer a despedida do palco. Nesta leva tem ainda o David Coverdale, do Whitesnake – também com seus 70 anos –, Ozzy, bem debilitado – mas, torcemos pela recuperação –, além do Phil Collins, do rock pesado do Slayer e os épicos Rush que já pararam mesmo.

Ainda tem os casos daqueles que estão na ativa, mas dão claros sinais dos tempos nas dificuldades em cantar. Dentre os mais "jovens", o Axl Rose, que forçou muito em seus agudos ao longo da carreira de sucesso, e o Bon Jovi. Até o frontman do Metallica, James Hetfield, já confidenciou passar por momentos de insegurança para subir no palco.

A dúvida é: vão virar “coisa de tiozão” saudosista ou bandas como Maneskin (Begin the Begin...) ou Greta Van Fleet, estarão por aí para perpetuar o legado popularizado por Elvis Presley e que de desdobrou, juntou, mutou em vários ritmos? Continuará se misturando e adaptando? 

O vocalista Renato Casanova costuma dar uma explicação, por exemplo, em relação ao Casaca e o rockongo (rock+congo): "A banda é o congo com alguma coisa". A banda, assim como o Manimal, fez shows inesquecíveis lotando a Praça do Papa, em Vitória, por exemplo.

No Espírito Santo o ex-Beatle Paul McCartney, Scorpions e Deep Purple passaram por aqui e fizeram shows incríveis, mas já faz tempo... uma pena. Também temos nomes como Legião Urbana e Sepultura que tocaram e tocam por aqui. Em termos de festivais, vale lembrar o Kuarup, nos idos de 1989 com Barão Vermelho, do Cazuza (discutindo temas atuais como racismo estrutural e violência contra a mulheres), as três edições do Dia D e o Vitória Pop Rock. Organizado pelos capixabas, como esquecer o Dia de Rock (já na expectativa dos próximos) e os festivais Harley Davidson.

Fato é: quem gosta, precisa aproveitar o que puder. Os setentões e oitentões não poderão continuar na estrada por ainda muito tempo. Mas, estão por aí com a incrível energia de Mick Jagger, 80 anos, Evandro Mesquita, com 70, e por aí vai. E viva o rock e suas vertentes – com as maiores baladas feitas pelos metaleiros até o rock pesado. Parabéns pelo dia. O show tem de continuar, como dizia o não menos queridos do conjunto Fundo de Quintal.

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Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de HZ.

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