Publicado em 30 de abril de 2024 às 10:00
A Igreja Cristã Maranata (ICM) reuniu mais de mil membros multiplicadores no Maanaim de Domingos Martins para uma série de cursos, palestras e reflexões sobre a inclusão de pessoas com deficiência no convívio diário na igreja, na escola e em sociedade. >
Todos os voluntários já desenvolvem algum tipo de trabalho vocacional nas comunidades onde vivem, possibilitando que pessoas surdas, cegas, mudas ou com pouca mobilidade possam ter acesso à palavra de Deus.>
Esse trabalho evangelizador, segundo o secretário-geral da ICM, pastor Luiz Eugênio, estimula a participação das pessoas com baixa mobilidade em outras áreas sociais, promovendo a inclusão.>
“São verdadeiros multiplicadores, que se aprimoram aqui para levar o acolhimento às pessoas que mais precisam em suas comunidades de origem. Temos irmãos aqui de diversas capitais brasileiras e de cidades do Espírito Santo. O propósito é um só: mostrar que Deus não faz acepção de pessoas e acolhe a todos igualmente”, afirmou.>
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Entre a alegria dos louvores e o ensinamento de profissionais de diversas áreas, como psicólogos, médicos, terapeutas e professores, esses voluntários puderam trocar experiências que ampliem a participação das pessoas com deficiência por meio de uma acessibilidade ampla.>
O trabalho de Acessibilidade na Igreja Cristã Maranata começou em 1997, com acolhimento aos surdos no entendimento da Palavra de Deus. Ao longo dos anos, estendeu-se às outras deficiências, transtornos e condições que pudessem, de alguma forma, dificultar o acesso ao entendimento doutrinário bíblico.>
O pastor Lucimar Bízio, professor doutor do Instituto Federal de São Paulo, foi um dos palestrantes do evento e lembrou que ainda há muito o que fazer para garantir os direitos das pessoas com deficiência. >
“Precisamos evoluir na garantia do acesso à essas pessoas na Universidade, nos institutos de Educação. Ainda há uma distância muito grande sobre que está na lei e o que realmente é oferecido. Mas este tipo de trabalho que fizemos aqui, de ouvir, aprender e ensinar é fundamental para que mais pessoas sejam acolhidas”, defendeu.>
O professor Lucimar Bízio trouxe com ele de São Paulo o jovem Gabriel, um surdo-cego que descobriu sua vocação como carpinteiro por meio de estímulos de membros da Igreja Cristã Maranata.>
“O Gabriel escolhe suas roupas pelo cheiro. Com nossa intervenção, ele se descobriu na marcenaria, criando maquetes e peças em madeira que ninguém diz que foram feitas por uma pessoa que não ouve e não enxerga. Puro estímulo, que impulsionou a capacidade que existe dentro dele de cada pessoa com deficiência”, revelou.>
A assistente jurídica Maressa Cruz, de Vila Velha, participou do seminário da ICM e deu seu testemunho sobre como a acessibilidade pode transformar a vida das pessoas.>
“Tínhamos membros da nossa Igreja que estavam se afastando porque tinham que cuidar de filhos ou parentes com alguma deficiência ou déficit intelectual. Quando nós os acolhemos, todos vieram para a Igreja e puderam sentir as maravilhas que Deus pode operar em nossas vidas. O acolhimento é transformador”, comemorou.>
Já o gerente comercial Wanderson Lacerda, que congrega na ICM de Santa Teresa, na Região Serrana do Espírito Santo, disse que a inclusão começa dentro de cada um de nós quando decidimos viver em comunhão com nossos irmãos, sejam deficientes ou não.>
“Às vezes, a deficiência do outro é menor do que a nossa própria visão dessa deficiência. Somos nós que colocamos a coisa muito maior do que ela é. Nós precisamos derrubar barreiras que nós mesmos criamos. Todos nós somos almas viventes para louvar a Deus”, ressaltou.>
Vindo de Belo Horizonte, em Minas Gerais, Aziz Fernando Silva viajou 8 horas para participar do seminário no Maanaim. Surdo e cego, ele afirmou por meio de um intérprete que o evento da ICM abre portas para os deficientes, derruba barreiras do preconceito e amplia a participação de pessoas como ele na sociedade.>
“Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Se Deus deu seu filho, porque eu não posso me doar ao outro, para colocá-lo no caminho da palavra”, pergunta Aziz, por meio de um intérprete.>
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