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Espaço para aprender com protagonismo, senso crítico e respeito às diferenças

Espaço para aprender com protagonismo, senso crítico e respeito às diferenças

Referência no Estado, a Escola Monteiro permite a livre manifestação infanto-juvenil por meio da cultura e da arte em turmas de ensino fundamental e médio

Publicado em 8 de fevereiro de 2022 às 19:30

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O objetivo da escola é levar em conta as áreas de interesse dos alunos, criando, a partir da grade curricular
O “DNA” da Escola Monteiro contempla um processo educacional humanizado. (Talita Vieira/Divulgação Monteiro)
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Há mais de 50 anos, Vitória ganhava uma “escolinha de artes” trazendo uma ideia inovadora: permitir a livre manifestação infantil por meio da cultura e da arte.

Depois de tantos anos, o projeto cresceu e apareceu, tornando-se a Escola Monteiro, uma instituição de referência no Estado, que oferece turmas de ensino fundamental e médio, mas mantém, na essência, valores do momento de sua fundação, uma iniciativa da psicóloga Ana Rita Costa Gomes.

Conheça um pouco da história da Escola Monteiro por meio de seus uniformes e de um túnel do tempo.

Presente em 33 desses mais de 50 anos, a atual diretora pedagógica da escola, Penha Tótola, afirma que o “DNA” da instituição inclui um processo educacional humanizado, que estimula a reflexão e o senso crítico, além de valorizar o protagonismo de aluno e professor e de incentivar a inovação e a criatividade.

“Na Monteiro, o aluno e suas famílias têm voz. Essa é uma característica latente no dia a dia da escola. Os alunos são chamados pelo nome. As portas da coordenação e da direção estão sempre abertas para ouvi-los. Realizamos também assembleias com todas as turmas da escola – do 1º ano do ensino fundamental ao 3º do ensino médio - para abrir espaço para ouvir críticas, sugestões, pontos positivos e para discutir temas importantes para boa convivência escolar e social, como empatia, respeito à diversidade, inclusão, responsabilidade social, sustentabilidade”, explica.

Aluna do 3º ano do ensino médio da Monteiro, Laura Locatel confirma a fala de Penha. Ela diz que não teve a oportunidade de fazer o ensino fundamental na escola, mas que, ao escolher cursar o ensino médio na instituição, ficou nítido o diferencial. “Na Monteiro, podemos falar. Há um respeito às diversas vozes. Há espaço para discussão, para a troca, para o pensamento crítico”, afirma.

Laura diz que experimentou, na prática, essa “escuta ativa” quando decidiu levar até a escola uma “angústia pessoal”.

“Participei de um projeto social e testemunhei a alegria de uma mulher ao ver que havia absorventes higiênicos entre as doações. A reação me intrigou e comecei a pesquisar sobre o assunto. Descobri a questão da pobreza menstrual e propus uma campanha tanto para arrecadar artigos de higiene quanto para lançar luz sobre esse tema, que é tão importante, junto à comunidade escolar. Minha ideia foi aceita e apoiada. O professor Lucio Manga, por exemplo, chegou a compartilhar a campanha nas suas redes. Tivemos um ótimo resultado, mesmo restritos ao público da escola por conta da pandemia”, conta.

CONFIRA NO VÍDEO ABAIXO O DEPOIMENTO DA ALUNA LAURA LOCATEL:

Outro momento que deixa clara a abertura da escola à diversidade e à reflexão é a Feira Integrada.

A lista de projetos já realizados é enorme e vários deles marcaram a história da escola pela emoção, pela inovação ou pela repercussão. Um grupo do ensino médio que fez uma viagem de estudos a Machu Picchu e, a partir daí, reproduziu em uma sala de aula – todas os ambientes da escola se tornam cenário para as apresentações numa mobilização que envolve muito trabalho e logística – uma visita ao Peru, com direito a câmbio para trocar a moeda, experiências gastronômicas e apresentações em espanhol, que também se fizeram presentes num projeto que trouxe Frida Kahlo e autorretratos produzidos pelos estudantes como mote.

O livro “Quarto de Despejo”, hoje um clássico de Carolina de Jesus, que vivia em extrema pobreza e escrevia para aliviar a opressão dos dias e registrar sua dura rotina, também já foi tema de um trabalho, com direito à apresentação teatral e reprodução do barraco onde a autora morava.

“Levar os visitantes a viver experiências é realmente uma forma de interagir com o público, seja no formato presencial, seja virtualmente. Uma turma, por exemplo, desenvolveu um projeto para proporcionar uma vivência mais marcante com cada um dos cinco sentidos. Mesmo em sala de aula, simularam espaços para uma caminhada em pedras e na água; vendaram olhos para abrir a possibilidade de experimentar sabores e identificá-los sem ajuda da visão, além de oferecer a experiência do olfato e da audição com a reprodução de cheiros e de barulhos da natureza”, relembra Penha.

A lista de projetos realizados antes da pandemia é enorme e vários foram marcados pela emoção, inovação e repercussão.
A lista de projetos realizados antes da pandemia é enorme e vários foram marcados pela emoção, inovação e repercussão. (Talita Vieira/Divulgação Monteiro)

Em outra iniciativa, uma turma de alunos discutiu e, depois, fotografou, profissionais “invisíveis” – aqueles que muitas vezes estão ao nosso lado, desempenhando funções sociais relevantes, mas nem sempre são “vistos” e reconhecidos em sua importância. “Por meio de uma exposição fotográfica, eles estimularam uma importante reflexão sobre o tema”, afirma a diretora que também cita um trabalho sobre saúde mental que levou o público às lágrimas pela força e importância do tema, demonstrado por meio da visão de vários autores da área de Psicologia e Psiquiatria.

Acostumada a frequentar a feira todos os anos, a aposentada Rita Baptista Polese afirma que sempre se impressionou com a riqueza dos trabalhos, dos temas e das discussões.

“Saúde mental, invisibilidade social, desigualdade, arte e cultura – com ênfase para as manifestações capixabas – foram temas de muitos trabalhos que me chamaram atenção. A alimentação num contexto bem amplo, abordando a questão do agronegócio, dos agrotóxicos, da produção orgânica e da indústria alimentícia, também me mostrou que os alunos são estimulados a ampliar o olhar, a ir além do básico, a se aprofundar. Fui professora por 30 anos e acho isso tudo muito enriquecedor e importante na formação da criança e do adolescente. Sou feliz de ter uma neta na escola”, afirma.

Para ela, a feira cumpre seu objetivo de contribuir para sedimentar o conhecimento, torná-lo “palpável” e disseminá-lo junto à comunidade escolar e visitantes. “Minha neta do 9º ano produziu com os colegas uma radionovela sobre temas relacionados ao conteúdo estudado, com música e criatividade. O material ficou bastante profissional e impressiona”, diz.

Feira Integrada da Escola Monteiro é realizada anualmente. Imagens de antes da pandemia.(Talita Vieira/Divulgação Monteiro)

Oferecer aulas de ioga e manter aulas de Filosofia no currículo do ensino fundamental 2 – o que não é uma obrigatoriedade – são outras demonstrações do quanto o “pensar por si mesmo” é estimulado.

“Ao estudar Filosofia, além de uma série de conhecimentos sobre as formas de pensar o homem, a vida e o saber, o aluno entra em contato com as diferenças de visão. Também começa a ter um olhar mais atento sobre o mundo e, ao mesmo tempo, percebe o quanto é importante respeitar a diversidade e desenvolver o pensamento crítico sobre o que está à sua volta. Nem todo mundo pensa igual e as discussões pacíficas, a troca de ideias, o ouvir o outro e a reflexão são importantes ensinamentos que também se materializam nessas aulas”, afirma Penha.

A Monteiro é uma escola aberta ao novo e disposto a colocar em prática propostas que valorizam o protagonismo do aluno
A Monteiro é uma escola aberta ao novo e é disposta a colocar em prática propostas que valorizam o protagonismo do aluno. (Talita Vieira/Divulgação Monteiro)

PIONEIRISMO EM IMPLANTAR O “NOVO ENSINO MÉDIO”

O pioneirismo em antecipar as mudanças propostas para o novo ensino médio também é outra demonstração prática de que a Monteiro é uma escola aberta ao novo e disposto a colocar em prática propostas que valorizam o protagonismo do aluno.

A obrigatoriedade de incluir a disciplina de Projeto de Vida no médio a partir de 2022 já é uma realidade há dois anos na Monteiro. “Em 2020, mesmo com a pandemia num ano tão desafiador, começamos a oferecer a disciplina, que veio com objetivo de contribuir para o autoconhecimento do aluno, levando à construção de um plano de carreira, unindo teoria e prática, como sempre acontece na nossa forma de pensar e fazer educação”, afirma o coordenador do ensino médio da Escola Monteiro, Elio Serrano.

Segundo ele, a ideia é levar em conta as áreas de interesse dos alunos, criando, a partir da grade curricular, nossas possibilidades: entrevistas com psicóloga, interação com profissionais em atuação no mercado até a elaboração de projetos práticos.

“No ano passado, as propostas envolveram do desenvolvimento do protótipo de uma bicicleta elétrica até a produção de vídeos sobre doenças sexualmente transmissíveis, para citar dois exemplos. Este ano, trabalhamos temas relacionados à presença das baleias-jubarte no litoral capixaba; a construção de autobiografias, desenvolvendo a escrita e trabalhando o autoconhecimento; entre outros temas”, explica.

Para o coordenador, metodologias de desenvolvimento de projeto, produção de artigos para publicação e apresentação pública dos trabalhos estão previstos e fazem parte do processo inicial de formação de profissionais mais preparados, completos, criativos e felizes com suas escolhas.

“Oferecemos a disciplina com a proposta de despertar o aluno para um processo de autoconhecimento e orientação vocacional, em áreas de seu interesse, favorecendo a construção de um plano de carreira. Assim, o estudante começa a traçar seu caminho profissional de uma forma orientada, que leva em conta sua individualidade e capacidade cognitiva, além de estimular o desenvolvimento de atributos como criatividade, organização e clareza, diferenciais em qualquer área de atuação e fundamentais nos novos tempos”, considera.

Laura Locatel e outras alunas da escola que participaram de um projeto social por meio da Escola
Laura Locatel e outras alunas da escola que participaram de um projeto social por meio da Escola Monteiro. (Talita Vieira/Divulgação Monteiro)

ESCOLA MONTEIRO 

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