> >
Procuradoria da Câmara de Vitória vai analisar pedido de cassação de vereador

Procuradoria da Câmara de Vitória vai analisar pedido de cassação de vereador

Vinicius Simões (Cidadania) apresenta questão de ordem e representação contra ele será analisada pela Procuradoria antes de seguir para a Corregedoria

Publicado em 24 de julho de 2023 às 19:26

Ícone - Tempo de Leitura 4min de leitura
Vereador de Vitória Vinicius Simões (Cidadania)
Vinicius Simões afirma que o pedido de cassação é "atemporal". (Câmara de Vitória)
Ednalva Andrade
Repórter / [email protected]

Lida na sessão da Câmara de Vitória desta segunda-feira (24), a representação que pede a cassação do mandato do vereador Vinicius Simões (Cidadania) foi remetida à Procuradoria da Casa para emissão de parecer opinativo. Depois, deverá seguir para a Corregedoria, onde será analisada a admissibilidade do pedido contra o parlamentar. A remessa foi determinada pelo presidente da Câmara, Leandro Piquet (Republicanos), atendendo a uma questão de ordem suscitada por Simões em plenário.

A representação foi proposta pelo músico e vigia patrimonial Wanderley da Silva Ferreira, o Thor, no último dia 12, e começou a tramitar no dia 14 de julho na Câmara. O pedido está fundamentado em sentença do 2º Juizado Especial Cível de Vitória, que condenou Vinicius Simões a pagar R$ 3 mil em indenização por danos morais ao prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), por causa de publicação feita nas redes sociais do vereador em 31 de outubro de 2020. 

A postagem menciona o então candidato a prefeito da Capital com a legenda "Vitória sob ameaça", juntamente com coluna publicada em A Gazeta sobre o processo eleitoral daquele ano.

O encaminhamento da representação à Procuradoria da Casa, antes de passar pelo crivo da Corregedoria, chegou a ser questionado pelo corregedor-geral, Leonardo Monjardim (Patriota), durante a sessão. Ele indagou se havia essa possibilidade no Regimento Interno da Casa e alegou que o rito não poderia ser diferente do que foi seguido nos demais processos que passaram pelo colegiado — este ano a Corregedoria arquivou um processo contra o vereador Chico Hosken (Podemos) e abriu um contra o vereador afastado e preso Armandinho Fontoura (Podemos).

Procuradoria da Câmara de Vitória vai analisar pedido de cassação de vereador

O presidente da Câmara, no entanto, ressaltou que nos pedidos anteriores não houve questão de ordem. Com isso, desta vez, decidiu enviar o caso primeiro à Procuradoria da Casa para emissão de parecer opinativo e, em seguida, para a Corregedoria para a análise de admissibilidade da representação.

Caberá ao corregedor-geral a análise para conferir o preenchimento dos requisitos exigidos pelo Código de Ética e pelo Regimento Interno da Câmara para recomendar o arquivamento do caso ou a abertura de processo disciplinar contra o vereador representado. Se Monjardim considerar que os requisitos foram preenchidos, será designado um relator para o caso, por meio de sorteio entre os membros da Corregedoria.

Briga política

Embora tenha sido apresentada por Thor, Vinicius Simões atribui a representação ao prefeito, a quem faz oposição. Ele justifica que o chefe do Executivo havia pedido a perda do mandato dele durante a prestação de contas à Câmara no último dia 12, antes do protocolo oficial da representação.

O vereador ainda sustenta que "não tem cabimento nenhum a representação", que o pedido de cassação é "atemporal", por ter base em fatos ocorridos em mandato anterior, além da condenação judicial ter sido na esfera cível e não na criminal.

Durante a sessão desta segunda-feira (24), Simões chegou a obter posicionamento favorável a ele por parte do colega de plenário Luiz Emanuel, que está filiado ao Republicanos, mesmo partido de Pazolini. Assim como Simões, Emanuel também é membro da Corregedoria.

"Ao meu juízo, é improcedente esse pedido de cassação. Adianto aqui o meu posicionamento. Não podemos banalizar o uso da Corregedoria da Casa. Respeito o que aconteceu na prestação de contas, mas não vou participar de briga política entre ninguém", afirmou Luiz Emanuel, na tribuna da Casa.

Ele se referia à troca de farpas entre o vereador do Cidadania e o prefeito durante sessão de prestação de contas do chefe do Executivo à Câmara, no dia 12 de julho. Na ocasião, Pazolini disse que “o vereador que ofender a honra de alguém perde o mandato”, depois de mencionar que Vinicius Simões tem condenação por "desinformação" e por ter "falado mentiras".

Conforme esclarecimento da Câmara de Vitória, Thor apresentou os documentos ainda no dia 12 no sistema digital do Legislativo municipal. "Tendo em vista a natureza da representação e a necessidade de tratamento de dados sensíveis em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), informamos que o processo foi oficialmente tramitado no dia 14 de julho. Essa data, portanto, é considerada oficial para todos os fins e efeitos legais", informou a Câmara, em nota.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais