> >
Entenda o que ES vai apresentar na Escócia em debate sobre o clima

Entenda o que ES vai apresentar na Escócia em debate sobre o clima

Governador Renato Casagrande participa da 26° Conferência das Nações Unidas para a Mudança Climática (COP 26), que começa neste domingo (31) e vai trazer questões como a emissão de carbono

Publicado em 31 de outubro de 2021 às 02:00- Atualizado há 2 anos

Ícone - Tempo de Leitura min de leitura
Casagrande em evento de transição do exercício do cargo antes de viajar à Escócia para a COP 26
Casagrande em evento de transição do exercício do cargo antes de viajar à Escócia para a COP 26. (Hélio Filho/Secom/Divulgação)
Autor - Ana Caroliny Ritti
Ana Caroliny Ritti
Aluno do 24º Curso de Residência em Jornalismo / [email protected]

O governador Renato Casagrande (PSB) participa na próxima semana, de 31 de outubro a 5 de novembro, da 26°Conferência das Nações Unidas para a Mudança Climática (COP-26), em Glasgow, na Escócia. O evento vai discutir questões envolvendo o clima e ambientais do planeta, como o desmatamento e o mercado de carbono.

Casagrande é presidente do Consórcio Brasil Verde, que reúne 22 governadores, criado em agosto para propor ações de proteção ao meio ambiente.

A conferência do clima reúne os Estados membros da Organização das Nações Unidas (ONU) para debater a participação e os compromissos dos países frente às mudanças climáticas. Com o avanço do aquecimento global, causando impactos como aumento de temperatura e perda de biodiversidade, a COP 26 é considerada um importante marco para tomada de decisões após o Acordo de Paris, de 2015, que estabeleceu metas para redução da emissão de gases do efeito estufa.

Brasil chega ao evento com a imagem desgastada por ter aumentado o desmatamento e a emissão de gases que agravam o aquecimento global, ao contrário dos compromissos estabelecidos.

Além de Casagrande, o país estará representado na Escócia por outros 11 governadores, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e os ministros do Meio Ambiente, Joaquim Leite; de Minas e Energia, Bento Albuquerque; e das Comunicações, Fábio Faria. O presidente Jair Bolsonaro, com uma reputação antiambiental, não vai participar da COP 26.

A MISSÃO DE CASAGRANDE

O governador do Espírito Santo chega à conferência com o objetivo de apresentar o consórcio Brasil Verde, que será oficializado em novembro em oposição às práticas ambientais do governo federal.

De acordo com Casagrande, a organização vai permitir o trabalho dentro dos Estados com ações que têm objetivo de reduzir as emissões, como obras de adaptações às mudanças climáticas e ações mais contundentes na área de prevenção.

Ele leva ainda iniciativas do Estado como o Plano Estadual de Mudanças Climáticas, a ser aprovado até agosto de 2022, e o decreto com medidas de mitigação do efeito estufa nas próximas décadas, como mostrou a colunista de Política Letícia Gonçalves. Os governadores brasileiros devem defender em Glasgow a regulamentação do mercado de carbono.

A QUESTÃO DO CARBONO

Um dos temas centrais da COP 26, a questão do carbono é polêmica. O evento tem como um dos objetivos o incentivo para que as emissões sejam zeradas até 2050, ao mesmo tempo em que se discute a regulamentação do mercado de carbono. Desde o Protocolo de Kyoto, de 1997, os países têm créditos quando não emitem toneladas na atmosfera.

Com isso, esses créditos podem ser comercializados gerando lucros às nações. O problema é o impacto ambiental, uma vez que o dióxido de Carbono (CO2) é o principal agente do aquecimento global, sendo emitido pela queima de combustíveis fósseis (petróleo, carvão, etc) no uso industrial ou com desmatamentos, por exemplo. 

Pedestres passam por uma vitrine no   centro da cidade de Glasgow, na Escócia, com adesivos anunciando a 26ª Conferência Climática das Nações Unidas (COP26), que começa no domingo
Pedestres passam por uma vitrine no centro da cidade de Glasgow, na Escócia, com adesivos anunciando a 26ª Conferência Climática das Nações Unidas (COP26), que começa no domingo. (SCOTT HEPPELL/AP/ESTADÃO CONTEÚDO)

No Estado, o decreto 4938-R, de 2 de agosto de 2021, dispõe sobre a adesão às campanha globais Race to Zero e Race to Resilience, da ONU. O objetivo é estabelecer medidas para diminuição da emissão de gases de efeito estufa, seguindo metas do Protocolo de Kyoto para 2030 e 2040, além de neutralização de emissões líquidas até 2050.

A ideia é de que haja uma compensação pelas emissões de carbono, como por exemplo a transição de uso de uma energia fóssil para uma renovável.

No começo de outubro, o governo estadual assinou um acordo de cooperação técnica para viabilizar estudos e uma possível implementação de um programa estadual de carbono. Com isso, produtores rurais poderiam emitir créditos, a partir da preservação da mata e solo nativos, e vender para indústrias com alto nível de emissão.

Assinam o termo a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama), o World Resources Institute (WRI Brasil), o The Nature Conservancy do Brasil (TNC Brasil) e o World Wide Fund for Nature (WWF Brasil).

OUTRAS INICIATIVAS AMBIENTAIS NO ES

A participação de Casagrande na conferência reforça ainda outras medidas ambientais no Estado, como o Programa Reflorestar. Neste ano, o governo anunciou investimentos para o novo ciclo de reflorestamento e restauração de vegetação nativa, com a inserção de novas áreas de cobertura. O programa, vigente desde 2013, já tem mais de 10 mil hectares de restauração florestal, segundo dados do governo capixaba.

A iniciativa do Reflorestar é voltada para os produtores rurais que pretendem destinar parte das propriedades para preservação ambiental ou para práticas rurais sustentáveis.

Dessa forma, além da cobertura florestal,  o programa pode promover a geração de renda a partir da sustentabilidade, aliando a conservação dos recursos e naturais com a produtividade do solo. Com a implementação de um programa de carbono, seria possível ainda utilizar o reflorestamento para emissão de crédito a ser comercializado com indústrias.

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

Tags:

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais