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Em delação, Cid diz que Magno Malta incentivou Bolsonaro a dar golpe

Em delação, Cid diz que Magno Malta incentivou Bolsonaro a dar golpe

O senador capixaba faria parte do grupo de conselheiros de Jair Bolsonaro que o instigava a contestar a vitória de Lula; informação foi divulgada por O Globo

Publicado em 10 de novembro de 2023 às 19:42

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Caio Vasconcelos
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 O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), fez novas revelações durante sua delação premiada, apontando o senador capixaba Magno Malta (PL) e o ex-ministro Onyx Lorenzoni (PL-RS) como membros de um grupo de conselheiros que instigava o ex-presidente a promover um golpe de Estado após a vitória de Lula (PT). A informação foi divulgada em O Globo pela colunista Bela Megale.

Ambos tinham laços políticos estreitos com o ex-presidente. Lorenzoni, inclusive, foi apoiado por Bolsonaro em sua tentativa de governar o Rio Grande do Sul no ano passado, mas foi derrotado nas urnas.

Senador Magno Malta em novembro de 2022
Senador Magno Malta foi citado durante delação de Mauro Cid. (Roque de Sá/Agência Senado)

O tenente-coronel também revelou que nesse grupo estavam a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL-DF) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, conforme apurou o repórter Aguirre Talento, do UOL.

Segundo Cid, o argumento apresentado a Bolsonaro por esse grupo era de que o ex-presidente Lula contava com amplo apoio popular, inclusive de uma parcela armada da população, o que justificaria uma iniciativa para impedir a posse do novo presidente eleito. 

Em delação, Cid diz que Magno Malta incentivou Bolsonaro a dar golpe

Entretanto, as revelações de Cid encontraram resistência por parte do coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos da Procuradoria-Geral da República (PGR), subprocurador-geral Carlos Frederico dos Santos, que classificou a delação como “fraca”. O acordo, no entanto, já foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Contrariando a posição da PGR, ainda segundo Bela Megale, a Polícia Federal avalia que existem provas robustas que ligam diretamente Bolsonaro a diferentes crimes, incluindo a articulação de um golpe de Estado. Além disso, a PF aponta que o subprocurador Carlos Frederico não está ciente das diligências realizadas pela corporação para coletar evidências que corroborem os relatos de Cid. 

Procurado pela reportagem de A Gazeta, Magno Malta afirmou, em nota, que ficou sabendo apenas pela imprensa que foi mencionado na delação do tenente-coronel Mauro Cid. O senador defendeu que é necessária uma análise aprofundada antes de tirar conclusões, uma vez que, segundo ele, ainda não teve acesso às gravações e documentos relacionados à delação. 

"É relevante destacar que, em nenhum momento, incentivei o ex-presidente a praticar atos ilegais. Minhas interações com Bolsonaro após as eleições eram pautadas em momentos de consolo, orações e leitura da Bíblia. Estou plenamente disposto a cooperar com as autoridades, buscando esclarecer quaisquer dúvidas que possam surgir. Acredito que a menção do meu nome está relacionada ao tempo que passei com o ex-presidente, mas reitero que não há fundamento para preocupações, pois não cometi nenhum crime", concluiu o senador capixaba.

Errata Atualização
10 de novembro de 2023 às 20:10

Após a publicação da reportagem, a assessoria de Magno Malta enviou uma nota do senador sobre a acusação feita por Mauro Cid. O texto foi atualizado. 

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