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Em 30 anos, Brasil tem dois ex-presidentes presos e dois depostos

Em 30 anos, Brasil tem dois ex-presidentes presos e dois depostos

A prisão de Michel Temer (MDB) nesta quinta-feira (21) engrossa a lista de líderes da república eleitos pelo voto popular que foram envolvidos em escândalos de corrupção.

Publicado em 21 de março de 2019 às 22:10

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Michel Temer, Lula, Dilma Rousseff e Fernando Collor de Melo. (Montagem | Gazeta Online)

Preso na manhã desta terça-feira (21), Michel Temer (MDB) torna-se o segundo ex-presidente brasileiro a ser preso desde o período de redemocratização ao lado de Lula (PT). Durante as três décadas de democracia, a história política do país foi também atravessada por dois impeachments de líderes da república, a começar por Fernando Collor, em 1992, até chegar a Dilma Rousseff, em 2016.

Na ponta do lápis, apenas dois presidentes eleitos pelo voto popular (ou seja, em eleições diretas) ao longo deste período não foram depostos ou para trás das grades, após a conclusão dos mandatos: Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Itamar Franco (outro vice que assumiu a presidência após um impeachment), morto em 2011.

RELEMBRE

Fernando Collor (de 1990 a 1992)

Eleito em 1989 pelo PRN, recebeu mais de 20 milhões de votos. No entanto, seu governo durou apenas até 1992, quando Collor foi deposto de seu cargo em um processo de impeachment após ser alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investigou a relação dele e de seu tesoureiro de campanha, Paulo César Farias, em uma série de transações ilícitas. Atualmente, Collor é senador por Alagoas, filiado ao PROS, e réu por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e comando de organização criminosa também no âmbito das investigações da Lava Jato, mas não foi preso.

Itamar Franco (de 1992 a 1994)

Vice-presidente de Fernando Collor, Itamar Franco assumiu o Executivo Federal em 29 de dezembro de 1992 após o impeachment do presidente. Ele concluiu o mandato tampão.

Fernando Henrique Cardoso (de 1995 a 2002)

Eleito pela primeira vez em 1994 com com mais de 34 milhões de votos, e pela segunda vez com 35,9 milhões, Fernando Henrique Cardoso (PSDB) também deixou o mandato sem ser investigado por corrupção ou preso. Ele chegou a ser citado na delação da Odebrecht, no âmbito da Lava Jato, que apontou que o FHC teria recebido doação não declarada para campanhas eleitorais. Mas o inquérito derivado da delação foi arquivado.

Luiz Inácio Lula da Silva (de 2003 a 2010)

Lula (PT) foi eleito pela primeira vez em 2002 com 57,2 milhões de votos e reelegeu-se presidente em 2006 com 58,2 milhões de votos. O ex-presidente finalizou os dois governos e ainda conseguiu emplacar a eleição de sua sucessora, Dilma Rousseff (PT). No entanto, é condenado em duas ações penais da Operação Lava Jato, acumulando 25 anos em penas pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, nas ações envolvendo um apartamento triplex no Guarujá e um sítio em Atibaia, em São Paulo. Ele está preso em Curitiba, no Sul do país, desde abril de 2018.

Dilma Rousseff (de 2011 a 2016)

Dilma Rousseff (PT) foi eleita em 2010 com 55,7 milhões de votos. Embora tenha sido reeleita em segundo turno em 2014, seu governo chegou ao fim em agosto de 2016, quando a presidente foi impedida de continuar no cargo. O processo de impeachment contra Dilma teve como objeto principal de denúncia a ilegalidade cometida na edição de decretos relativos a créditos suplementares, as chamadas pedaladas fiscais. Dilma foi deposta, mas não perdeu os direitos políticos. A petista nunca foi presa, mas é ré no âmbito da Lava Jato sob a acusação de organização criminosa.

Michel Temer (de 2016 a 2018)

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Com o impeachment de Dilma Rousseff, Michel Temer (MDB), até então seu vice, assumiu a Presidência da República. Ele deixou o cargo após a eleição de Jair Bolsonaro (PSL). Nesta quinta-feira (21), foi preso sob suspeita de ter recebido propina por meio de um contrato da Eletronuclear, estatal responsável pela construção da usina Angra 3.

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