Publicado em 7 de dezembro de 2022 às 21:19
Dois suspeitos, de 29 anos, acusados de participarem do assassinato da agente de Polícia Civil aposentada e escritora capixaba Lacy Fernandes Ribeiro, de 64 anos, foram presos em outubro deste ano no bairro André Carloni, na Serra. O crime, que gerou grande repercussão, aconteceu no dia 3 de janeiro de 2013.>
Fabricio Ghermano Gomes, vulgo Bill, e Rafael de Carvalho Rodrigues, vulgo Rafael lagarto, foram acusados pelo crime quase 10 anos depois do ocorrido. As prisões foram divulgadas nesta quarta-feira (7). >
Segundo a Polícia Civil, os dois criminosos foram capturados em 14 de outubro. Fabricio também é apontado como autor do homicídio de Maria Ramos, de 45 anos. Ela foi morta a facadas no dia 10 de dezembro de 2012, no bairro Mestre Álvaro, na Serra.>
Os dois tinham mandados de prisão em aberto e são réus em ação penal. Rafael já estava preso por outros crimes e o mandado por este crime foi cumprido dentro do presídio. >
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Ainda de acordo com a Polícia Civil, o crime chamou a atenção pela brutalidade: o corpo da vítima foi arrastado e deixado sem roupas no terraço da própria casa.>
Segundo a titular da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), delegada Raffaella Aguiar, a rotina da delegacia de sempre averiguar inquéritos antigos ajudou a encontrar novos indícios no crime e dar uma conclusão às famílias das vítimas. >
No caso da escritora capixaba, quando a polícia passou a olhar novamente na investigação, encontrou um segundo homicídio praticado 20 dias antes com elementos parecidos. As investigações passaram ser conduzidas juntas.>
"Tem inquéritos de homicídios que são complexos, então demandam um tempo e esperamos que outras informações vão surgindo. No início as duas investigações tiveram várias linhas e precisamos checar cada uma nós", disse a delegada.>
Um dos suspeitos, Fabricio Ghermano, ofereceu às vítimas serviços de capina de quintal e passou a observar a rotina delas, esperando o melhor momento para cometer o crime. A polícia não encontrou indícios da participação de Rafael no homicídio de Maria Ramos. >
"A gente conseguiu elementos tanto técnicos quanto subjetivos. Vários depoimentos, conseguimos confrontar com o que foi prestado na época e vimos que, de acordo com as provas técnicas, não tinham veracidade. E aí confrontamos agora este ano aquelas testemunhas e algumas se retrataram e disseram a verdade. Tem testemunhas que até disseram que o revólver da policial estava em poder de um dos autores, que confidenciou a testemunha", explicou a delegada.>
A polícia não conseguiu chegar a motivação dos crimes. Isso porque os dois presos negam a autoria dos assassinatos. Durante as investigações que se seguiram esse ano, Rafael, que estava preso por outro crime, recebeu beneficio da saidinha e foi conversar com o comparsa. "Muito provavelmente traçaram uma estratégia de defesa que negariam o fato e não daria nenhuma outra informação, então, a motivação, não conseguimos descobrir porque eles negam o fato e não falam além.">
No dia do crime, os suspeitos acreditavam que surpreenderiam Lacy Ribeiro, mas o laudo do local deixou claro que eles arrombaram a porta e as roupas da vítima estavam alinhadas, o que, segundo a polícia, sugere que ela estava se preparando para sair quando ouviu a porta sendo arrombada, pegou a arma, um revólver, e tentou se defender.>
"Há indícios de defesa. Ela conseguiu alvejar o Fabricio, que no dia do crime chegou a dar entrada em um hospital. Conseguimos neste ano comprovar o DNA dele na cena do crime", afirmou delegada Raffaella Aguiar. >
Inclusive, no interrogatório, Rafael afirmou aos policiais que se Fabricio tivesse informado a ele que tinha disponibilizado o DNA à polícia, ele não voltaria ao presídio. >
Rafael já têm passagens por tentativa de homicídio. Ele e Fabricio atuavam no tráfico de drogas no bairro André Carloni, na Serra.>
A advogada Bianca Campelo, que faz a defesa de Fabricio, enviou uma nota à reportagem. "A defesa esclarece que o acusado Fabrício dispôs voluntariamente de seu material genético para as autoridades, visando colaborar com a elucidação dos fatos. Um exame de DNA não conduz a condenação, devendo ser analisado todo o contexto probatório, podendo ao final o Juiz decidir contra o laudo. O processo está no começo, não há como afirmar que ele seja o culpado e a defesa trabalhará para provar a inocência do acusado.">
A reportagem tenta localizar a defesa de Rafael de Carvalho Rodrigues. O espaço segue aberto. >
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