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Suspeitos de matarem os irmãos da Piedade são presos em operação da PC

Suspeitos de matarem os irmãos da Piedade são presos em operação da PC

Damião Marcos Reis, 22 anos, e Ruan Reis, 19 anos, foram mortos no dia 25 de março, com mais de 20 tiros cada um

Publicado em 17 de julho de 2018 às 13:23

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Ruan Reis (à esquerda) e Damião Reis (à direita): irmãos mortos com mais de 20 tiros cada. (Reprodução/Facebook)

Quase quatro meses depois do assassinato dos irmãos Damião Marcos Reis, 22 anos, e Ruan Reis, 19, a polícia finalmente conseguiu prender os suspeitos do crime. Uma operação realizada pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória, na manhã desta terça-feira (17), prendeu os criminosos suspeitos de envolvimento nos homicídios dos irmãos. 

A operação, batizada de "dois irmãos", também prendeu os suspeitos pela morte de Wallace de Jesus Santtana, considerado o braço direito do traficante João Paulo Ferreira Dias, "dono do morro" da Piedade.  João Paulo foi preso na última quinta-feira (12) durante operação da Polícia Civil. 

Os presos, segundo investigações da Polícia Civil, foram expulsos da Piedade, no ano de 2012, por João Paulo Ferreira Dias. Para se vingarem do "dono do morro", eles voltaram ao local e perguntaram pelo "patrão", mas os irmãos não sabiam do paradeiro de João Paulo e, por isso, foram mortos pelos criminosos.

"As investigações apontam que os criminosos invadiram o morro na tentativa de localizar o João Paulo Ferreira Dias, preso na semana passada. Eles pegaram um dos irmãos, que seria o Ruan e tentaram obrigá-lo a indicar onde estava o João Paulo. Como o Ruan não sabia onde estava o João Paulo, os criminosos tiraram a vida dele. O Damião, tentando salvar o seu irmão, foi morto também. Os irmãos não tinham envolvimento com o tráfico. As investigações apontam que ele eram pessoas de bem do Morro da Piedade, que infelizmente perderam a vida por conta da guerra do tráfico", contou o delegado Marcus Vinícius de Souza.

Leandro Correia Ramos, o Bomba, Flavio Sampaio, o Coroa, e Renato Correia Ramos foram presos nesta terça-feira (17). Além deles, dois suspeitos de participar do crime estão foragidos: Rafael Batista Lemos e Alan Rosário de Oliveira. O pai de Alan, Aladir de Oliveira Filho, morto no dia 27 de maio, também participou da morte dos irmão Ruan e Damião. 

Morte dos irmãos

Os irmãos Damião e Ruan Reis foram executados no Morro da Piedade, em Vitória, no dia 25 de março, com mais de 20 tiros cada um. O crime aconteceu às 1h50, quando quatro homens armados, sendo dois com touca ninja e colete, invadiram o quintal da casa dos irmãos perguntando "cadê o patrão". Na ocasião, Ruan respondeu que não sabia quem eles estavam procurando e tentou conversar. Os criminosos, que simulavam ser policiais pelo linguajar, disseram que o jovem deveria sair com eles para conversar e ser revistado. A vítima obedeceu a ordem e saiu com eles da residência.

Ao perceber que o irmão foi abordado, o pedreiro Damião, que fazia trabalhos sociais dando aulas de capoeira no Morro da Piedade e era passista da escola de samba Piedade, foi atrás do grupo pedindo que não levassem o irmão. Nesse momento, ele foi surpreendido por vários disparos.

BRUTALIDADE

De acordo com a polícia, foram mais de 60 disparos. A perícia encontrou 22 perfurações no corpo de Ruan e 20 no corpo de Damião. No local foram encontradas mais de 60 cápsulas de calibre 380, Ponto 40 e 9mm.

Amigos, que preferiram não se identificar, disseram que os dois irmãos eram boas pessoas, conhecidas pelos projetos sociais e também pela escola de samba. Eles classificaram o crime como "covardia" e não entendem o motivo.

Na época do crime, o então secretário de Estado da Segurança Pública, André Garcia, afirmou, em entrevista à rádio CBN Vitória, que o assassinato dos irmãos Reis foi uma "crueldade muito grande".

André Garcia havia afirmado inclusive que, pela brutalidade do caso, uma solução rápida era essencial. "Ficamos muito chocados com essa situação. Essas mortes apontam para uma crueldade muito grande. O histórico mostra que são pessoas de bem, que estavam trabalhando, que contribuíam para a sociedade e o crime portanto precisa ser esclarecido rapidamente", destacou o secretário.

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