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Roubo de pedras preciosas: delegado aponta contradições em depoimento

Roubo de pedras preciosas: delegado aponta contradições em depoimento

O chefe da DRCCP, delegado Fabiano Rosa, informou que o depoimento do idoso, vítima do roubo, apresentou contradições

Publicado em 26 de março de 2019 às 00:53

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Turmalina Paraíba. (Reprodução/Google)

A Polícia Civil apontou contradições no depoimento do idoso de 78 anos que denunciou ter perdido R$ 400 milhões em pedras preciosas durante um assalto à casa dele no bairro Cristóvão Colombo, em Vila Velha, na sexta-feira (22).

Na tarde deste domingo (25), o idoso, que é policial reformado da Polícia Militar de Minas Gerais, e o genro, de 34 anos, prestaram depoimento por cerca de sete horas na Divisão Especializada de Repressão aos Crimes Contra o Patrimônio (DRCCP), em Vitória.

O idoso contou que um amigo que está nos Estados Unidos havia indicado um cliente interessado em comprar pedras. Ao ser procurado por três homens em casa, em Vila Velha, ele atendeu os dispostos clientes.

Acreditando que se tratava da indicação do amigo, o idoso recebeu os criminosos e apresentou as joias que possuía no escritório, que funciona anexo ao imóvel onde mora com a família. Os ladrões renderam a família e fugiram com 23 quilos de turmalina paraíba, avaliadas em R$ 400 milhões em uma mala, de acordo com o idoso.

Na fuga, os bandidos teriam deixado parte das joias caírem. Eles fugiram em um Voyage branco. O carro foi flagrado por uma câmera de videomonitoramento.

O chefe da DRCCP, delegado Fabiano Rosa, informou que o depoimento do idoso apresentou contradições. No entanto, ele acredita que a família foi mesmo vítima de um crime. "Precisamos esclarecer de fato o que aconteceu e a motivação. A vítima falou que o material subtraído era de 50 milhões de dólares, depois passou pra 100 milhões de dólares”, disse.

De acordo com o chefe da DRCCP, o dono das joias mudou as versões ao revelar a forma como adquiriu as pedras. “Uma hora ele falou que vem adquirindo as pedras desde criança, depois falou que foi de uma transação que fez com um padre em Minas Gerais. Ele deu um terreno em troca das pedras”, explicou.

De acordo com o delegado, os investigadores entraram em contato com o religioso. “O padre confirmou a transação, mas disse que não conseguiu tomar posse do terreno e ficou com um prejuízo. Essas são algumas contradições que estamos apurando”, afirmou.

À Polícia Civil, o genro confirmou que houve um assalto. “Ele contou que não sabia das joias, os tipos de pedra e nem os valores do material que havia em casa. Vamos ouvir outras pessoas. A vítima vai nos apresentar as joias que os bandidos deixaram cair na fuga”, informou Rosa.

Além do idoso e o genro, também estariam em casa o filho, 48, uma filha, 43, e uma babá, 24. “É estranho ele não ter esses bens, avaliados em R$ 400 milhões, declarado no imposto de renda. Vai ter de se explicar na receita”, finalizou o delegado.

O idoso de 78 anos que teve R$ 400 milhões em pedras preciosas roubados disse que acredita ter sido vítima de uma armação.

"FUI VÍTIMA DE ARMAÇÃO", AFIRMA IDOSO

Como o senhor e sua família foram rendidos?

Todos os meus clientes são atendidos por indicação. Nesse caso, acreditava ser a indicação de um amigo. Sou conhecido nacional e internacionalmente. Recebi as pessoas em minha casa. Quando apresentei as joias, eles apontaram armas para a gente a anunciaram o assalto.

O que eles roubaram?

Levaram pelo menos 23 quilos de turmalina paraíba, além de apatita, esmeralda e ametista.

Acredita que os bandidos já acompanhavam a rotina do senhor e da sua família?

Com certeza eu fui vítima de uma armação, uma montagem muito bem feita. Acho que alguém que veio aqui antes, dizendo que queria negociar, conheceu as pedras, mas acabou não levando nada. Depois, passou informação para esses indivíduos e aconteceu isso daí.

De acordo com a polícia, o local não tinha segurança adequada, uma vez que o senhor guardava essa valiosa quantidade de joias. Como era seu esquema de segurança?

Eu, meu genro e meu filho. Quer melhor segurança que isso? Não significou nada. Se eu tivesse com arma dentro do escritório, eles se precipitariam e matariam nós três. Eles estavam com duas pistolas e um revólver. Um segurança diária, dependendo da segurança, não custa menos de 300 reais. Era pra acontecer comigo e aconteceu.

Como o senhor adquiria as pedras?

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É uma estrutura construída a vida inteira. Sou garimpeiro há 70 anos. Aos 8, eu era cozinheiro de garimpo. Ao invés de pegar meu dinheiro e colocar na poupança, ia comprando pedras. Resolvi de três anos pra cá botar a venda porque minha autonomia de vida já está praticamente vencida.

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