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Polícia encontra corpos carbonizados onde capixabas foram sequestrados

Polícia encontra corpos carbonizados onde capixabas foram sequestrados

Ossadas e restos mortais foram encontrados junto com pneus carbonizados

Publicado em 7 de agosto de 2019 às 21:44

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Durante operação . (Divulgação Polícia Civil RJ)

Depois do sequestro dos capixabas no Rio de Janeiro, a equipe de investigação conseguiu encontrar na manhã desta quarta-feira (7), ossadas e restos mortais envolvidos em pneus carbonizados, durante uma operação, no bairro Manoel Corrêa, em uma comunidade conhecida como Favela do Lixo.

De acordo com o delegado Sérgio Simões Caldas, cerca de 150 policiais participaram da ação que busca encontrar os seguranças Héder Henrique, de 32 anos, e Luiz Paulo dos Santos França, de 29. A Polícia Militar e a polícia das Forças Especiais também participaram das buscas, inclusive com aeronaves.

"Não temos como confirmar, mas presumo que eles podem estar mortos. Além do carro e moto carbonizados, acredito que uma facção perigosa aqui do Rio de Janeiro tenha feito o mesmo com eles. A morte pode ter sido no que bandidos chamam de micro-ondas, já que encontramos pedaços humanos em pneus", disse.

Apesar da possibilidade, a polícia reafirma que somente exames poderão apontar a identidade das vítimas.

CONFRONTO E PRISÕES

O delegado informou ainda que, durante as buscas, a polícia foi recebida na favela com tiros, que resultou na morte de um dos suspeitos de ter participação na morte das vítimas.

"Fomos recebidos a tiros e revidamos, um deles morreu e conseguimos prender outros três que participaram dessa crueldade", relatou.

EXAME PARA IDENTIFICAR AS VÍTIMAS

Os corpos foram encaminhados para o Instituto de Pesquisa Perícias Genética Forense (IPPGF) do Rio de Janeiro. "A equipe de perícia nos acompanhou. O resultado pode sair daqui a 20 ou 30 dias, assim poderemos confirmar se os corpos são deles ou não", pontuou.

VEÍCULOS CARBONIZADOS PODEM SER DE CAPIXABAS SEQUESTRADOS NO RIO

A polícia localizou o carro e a moto que podem ser dos três seguranças capixabas que foram sequestrados, torturados e possivelmente, mortos por traficantes da Comunidade do Lixo, em Cabo Frio, Região dos Lagos do Rio de Janeiro no dia 27 de julho. Os veículos foram localizados após denúncias, na última segunda-feira (5) no bairro Ponta do Ambrósio, em São Pedro da Aldeia, cidade vizinha.

Carro da vítima . (Divulgação Polícia Civil RJ)

A polícia acredita que os veículos foram levados à São Pedro da Aldeia e incendiados um dia após o sequestro de Héder Henrique, de 32 anos, Luiz Paulo dos Santos França, de 29, e um terceiro segurança, que conseguiu fugir durante a tortura. Eles foram capturados no bairro Guarani, em Cabo Frio, quando divulgavam o trabalho de vigilância domiciliar na região, que fica ao lado da Comunidade do Lixo.

O carro e moto foram rebocados e levados até a 126ª Delegacia de Polícia. Desde da última sexta-feira (3), uma força-tarefa foi montada pelas polícias Civil e Militar e Corpo de Bombeiros. O delegado Sérgio Caldas, responsável pelo caso, acredita que o caso será resolvido nas próximas horas.

O CASO

Três seguranças que saíram do Espírito Santo, com destino a Cabo Frio, no Rio de Janeiro, foram sequestrados e torturados por uma facção criminosa, no último sábado (27). A Polícia Civil acredita que os profissionais, que faziam segurança de casas no Bairro Parque Bule, no estado carioca, foram confundidos com milicianos.

De acordo com o delegado Sérgio Simões Caldas, titular da 126ª Delegacia de Polícia de Cabo Frio, as três vítimas possuem uma microempresa que presta um apoio comunitário de vigilância noturna não armada. Há quase três anos estabelecidos em Campos dos Goytacazes - no interior do Rio, os seguranças decidiram expandir os negócios na Região dos Lagos.

"Como não conhecem a região, eles começaram a executar essa atividade em um bairro chamado Guarani. Esse bairro fica ao lado da favela mais violenta da cidade, a Favela do Lixo. Um dos panfletos distribuídos pelos rapazes, oferecendo os serviços de segurança noturna, chegou aos traficantes, que tiveram essa reação absurda", afirma.

Segundo o delegado, por volta das 23 horas do último sábado (27) traficantes da Favela do Lixo sequestraram os três rapazes e os levaram para a comunidade. Ele explica que atrás dessa favela há uma imensa duna. No local, as três vítimas foram torturadas.

"Em determinado momento, por uma distração dos traficantes, um dos seguranças, em uma atitude de muita coragem, conseguiu correr e alcançar um matagal ao lado. Após correr cerca de 50 metros, passou por um pequeno valão - de cerca de três metros de largura, e ganhou outro matagal. Apesar de ferido, ele andou por cerca de um quilômetro até chegar à outra comunidade, conhecida como Vila do Sol", contou.

No local, a vítima conseguiu socorro, apoio da Polícia Militar e do Corpo dos Bombeiros, e foi conduzida ao Hospital. O delegado esteve com o segurança na manhã de domingo (28) e na última segunda-feira (29).

"Ele está colaborando com as investigações e está sob os nossos cuidados. A advogada do sobrevivente, além dos familiares dos três seguranças, estão aqui na Cidade".

Ao Gazeta Online, o delegado Sérgio Simões Caldas contou que familiares dos desaparecidos prestaram depoimento à polícia no dia 29. O delegado ainda afirmou que a Comunidade do Lixo é comandada por uma facção criminosa e que há um grande índice de violência na região. "Há uma guerra entre as facções e a milícia", afirmou o delegado.

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Por meio de nota, a Polícia Civil do Rio de Janeiro informou que policiais civis, militares e o Corpo de Bombeiros realizaram buscas para tentar encontrar os corpos dos desaparecidos. "A vítima sobrevivente está ajudando os policiais nas buscas e as investigações estão em andamento", finalizou a nota.

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