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O número de autuações por rachas no Espírito Santo

O número de autuações por rachas no Espírito Santo

Em três anos, foram 40 autuações pela prática criminosa, segundo dados do Detran

Publicado em 23 de maio de 2019 às 15:47

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Os acusados realizavam um racha em cima da ponte no momento do acidente. (Arabson)

O Espírito Santo teve o registro de 40 ocorrências de autuações por causas de rachas no Espírito Santo, entre 2016 e 2018. Os dados são do Departamento Estadual de Trânsito do Espírito Santo (Detran-ES) e se referem a situações que foram flagradas pelos órgãos fiscalizadores em todo o Estado.

O mesmo tipo de competição matou dois jovens, Brunielly Oliveira, de 17 anos, e Kelvin Gonçalves dos Santos, de 23 anos, na madrugada da última quarta-feira (22). O advogado Ivomar Rodrigues Gomes Junior, de 34 anos, e o estudante de Engenharia Oswaldo Venturini Neto, de 22 anos, dirigiam os carros envolvidos no acidente e foram presos.

Em todo o Estado, o maior registro de racha nos últimos três anos foi em 2016, quando houve 18 autuações. Em 2017 foram 13 autuações e no ano passado foram registradas infrações 9 vezes.

O Detran-ES disse, em nota, que “realiza durante todo o ano ações e campanhas educativas com foco na conscientização das pessoas para um trânsito mais seguro, para a mudança ou reforço de comportamento com o objetivo de evitar imprudências e crimes de trânsito, como é o racha.”

A reportagem também acionou o Batalhão de Trânsito da Polícia Militar para comentar sobre o número de rachas, mas não respondeu até o momento.

CORPOS ENTERRADOS

O corpo do motoboy Kelvin Gonçalves dos Santos, de 23 anos, e da namorada dele, Brunielly Oliveira, 17 anos, foram enterrados na manhã desta quinta-feira (23) em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Estado. O casal morreu na madrugada desta quarta-feira após ter a moto atingida pelos veículos do advogado Ivomar Rodrigues Gomes Junior, de 34 anos, e do estudante de Engenharia Oswaldo Venturini Neto, de 22 anos, acusados pela polícia de disputar um racha.

Com muita emoção, amigos e familiares se despediram do Kevin. O velório dele foi realizado na Assembleia de Deus da comunidade de Fruteiras Quente, distrito de São Vicente. O enterro aconteceu por volta das 11h no cemitério local.

O corpo da adolescente Brunielly Oliveira foi enterrado às 10h da manhã desta quinta-feira (23) no Cemitério do Coronel Borges, em Cachoeiro. O velório ocorreu na Centro Comunitário do bairro São Lucas, na sede do município.

O corpo da jovem chegou em Cachoeiro durante a noite. Parentes e amigos prestaram as últimas homenagens à jovem.

De acordo com familiares de Brunielly, ela se mudou de Cachoeiro para a Grande Vitória há quinze dias. Ela morava com o namorado, e estava em busca de emprego. O padrasto contou que ela iria trabalhar como babá e estava cheia de sonhos.

SONHOS INTERROMPIDOS

O jovem, que foi criado por uma tia e pelos avós maternos, e foi descrito como uma pessoa brincalhona e meiga. Kelvin tinha o sonho de terminar o segundo grau, cursar o ensino superior e fazer concurso para a Policia Militar.

O ACIDENTE

Era madrugada desta quarta-feira (22) quando um casal, que trafegava de moto pela Terceira Ponte, foi atingido por dois veículos, um Audi 1 e um Toyota Etios. Os namorados Kelvin Gonçalves dos Santos, 23 anos, e Brunielly Oliveira, 17, morreram na hora.

Para o delegado Ney Fanfa Ribas Neto, que está à frente da investigação, os motoristas do Audi e Etios —  o estudante Oswaldo Venturini Neto, e o advogado Ivomar Rodrigues Gomes Junior — praticavam um racha. Testemunhas afirmam que a dupla estaria a cerca de 160 km/h, mas somente uma perícia vai apontar a velocidade dos veículos no momento da colisão. 

Kelvin e Brunielly voltavam pra casa, por volta das 2h da madrugada, quando foram atingidos pelos veículos. De acordo com um sargento do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar, que estava na ocorrência, o Audi acertou a moto, o Etios veio depois e também atingiu o casal. O casal foi encontrado cerca de 150 metros antes dos três veículos.

CÂMERA REGISTROU ACIDENTE

MOTORISTAS BEBERAM ANTES DO ACIDENTE

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Segundo o delegado, o advogado e o estudante estavam em uma boate de Vila Velha e beberam antes do acidenteOs dois se recusaram a fazer quatro exames que poderiam comprovar a ingestão de bebida alcoólica ou outros tipos de droga. Ainda no local do acidente, os dois motoristas não quiseram fazer o teste do bafômetro. Horas depois, os motoristas também se recusaram a fazer exames de sangue e urina.

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