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Publicado em 3 de setembro de 2024 às 12:06
Após curtir o carnaval em Jacaraípe, na Serra, o motorista de aplicativo Marlon Jordan Rufino Góis, de 28 anos, foi abordado por suspeitos e morto com um tiro no peito, além de levar várias coronhadas. A namorada dele tentou defendê-lo e quase acabou baleada. O crime chamou a atenção, e, no dia, testemunhas até acharam que poderia ser latrocínio (roubo seguido de morte), mas as investigações mostraram outra coisa: a vítima foi morta porque estava lutando pela guarda da filha. Os três suspeitos envolvidos no assassinato foram presos. Mas, como tudo começou? >
O delegado Rodrigo Sandi Mori, chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, iniciou as investigações logo nos dias seguintes ao crime. Uma gravação flagrou o momento em que um suspeito dá várias coronhadas na cabeça de Marlon, que está jogado no chão, enquanto a namorada dele tenta impedir a violência. Aí, pela brutalidade, já ficou claro que não se tratava de latrocínio, e sim de um homicídio. >
E o que motivou o assassinato? Marlon tinha uma filha de 5 anos com uma ex-namorada. As investigações mostraram que ele e a mãe da criança brigavam pela guarda da menina. O motorista de aplicativo entrou com uma ação na Justiça para obter a guarda compartilhada, visitação regulamentada e o estabelecimento de pensão justa. Na época, a ex-companheira se relacionava com Gabriel Ferreira Adão, de 22 anos. >
"Gabriel ficou incomodado. Ele tomou as dores da atual namorada, que era ex do Marlon, e decidiu matar o Marlon com a ajuda de Arthur e Roger. Gabriel é um indivíduo de alta periculosidade, faz parte da gerência do tráfico do Ponto Final, em Feu Rosa, ostentava armas nas redes sociais e já era investigado por outros crimes", disse Sandi Mori. >
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Delegado Rodrigo Sandi Mori
Chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da SerraDias antes do crime, Gabriel chegou a ir até a casa de Marlon para tirar satisfação. Em 12 de fevereiro deste ano, os amigos de Gabriel, Arthur e Roger, estavam curtindo o carnaval em Jacaraípe. A polícia acredita que eles tenham visto o motorista e a namorada no local e avisaram ao gerente do tráfico, que saiu de casa por volta de 1h da madrugada em direção a onde acontecia o evento. >
Foi aí que tudo aconteceu: na hora em que Marlon e a namorada estavam indo em direção ao carro, para irem embora, os suspeitos chegaram. Uma câmera gravou o momento das agressões e também os três chegando ao local (confira acima). Abaixo, veja o papel de cada um no assassinato, conforme as investigações da Polícia Civil:>
Quando percebeu que Gabriel estava armado, Marlon foi para cima dele e os dois entraram em luta corporal. Foi nesse momento que o criminoso disparou. A vítima caiu no chão. O suspeito tentou atirar mais vezes, só que a arma mascou (falhou); mesmo com o homem já caído no chão, o bandido ainda deu várias coronhadas na cabeça dele.>
A namorada do motorista conseguiu se desvencilhar de Arthur e tentou impedir as agressões. Gabriel apontou a arma para a boca dela e chegou a apertar o gatilho, mas o armamento falhou. Depois disso, os três fugiram. >
Três foram presos por morte de motorista de app na Serra
Após colher depoimentos e imagens, a polícia conseguiu prender os criminosos. Roger foi capturado no dia 23 de maio, em Laranjeiras, na Serra. Ele confessou tudo e ainda delatou os comparsas. >
Gabriel foi preso no dia 9 de julho, em Novo Porto Canoa. Na casa dele, os policiais ainda encontraram uma pistola embaixo do colchão onde ele dormia. Arthur foi capturado em 12 de julho, no bairro Feu Rosa. >
Os três vão responder por homicídio e tentativa de homicídio, ambos qualificados por motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima. Eles já são réus. >
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