"No dia que a gente pensa que não vai acontecer nada, é que acontece algo grave mesmo. Só não morri porque não era a hora". O relato é do aposentado de 74, baleado durante uma troca de tiros no bairro Central Carapina, na Serra, neste domingo (28). A reportagem do Gazeta Online conversou com o homem na tarde desta segunda-feira (29) e ele informou que, apesar do susto, passa bem.
O idoso contou que estava andando de bicicleta pelo bairro, como faz de costume todos os dias e, por volta das 20h, deu-se início a um confronto entre criminosos. Era horário de final de culto em uma igreja e a rua estava movimentada. De acordo com a Polícia Civil, um homem chegou no local e apontou a arma para um jovem que passava pela Rua Niterói. Em seguida, o suspeito começou a atirar em direção ao rapaz, que correu.
O idoso relata que andava de bicicleta na hora e correu para abrigar-se em um bar próximo. Ele parou no local para ver o que estava acontecendo, e o tiroteio ficou mais intenso. "Apareceram mais pessoas, dois grupos, e começaram a atirar. Um de cada lado. Fiquei no meio desse fogo cruzado. Foi muito tiro mesmo", conta a vítima.
O aposentado conta ainda que correu para esconder-se atrás de um poste. Foi então, que acabou atingido por um tiro no ombro esquerdo. "Meus ombros ficaram expostos, só meu corpo ficou protegido. Acho se não fosse isso, a bala teria atingido o meu coração", acredita a vítima.
A vítima relata também que só percebeu que havia sido atingida, ao ver o sangue escorrendo pela roupa. "Não senti dor ou queimação nenhuma. Só vi porque o sangue escorreu na camisa e pingou no meu pé".
No meio dos tiros, uma confusão se formou na rua. Assustados, moradores correram tentando se esconder dos tiros. Ao notarem que o aposentado havia sido baleado, moradores se mobilizaram para socorrê-lo. A Polícia Militar foi acionada e o idoso encaminhado para o Hospital Jayme Santos Neves, na Serra. Ele vai passar por exames para ver se algum músculo ficou comprometido. Ele está bem e recebeu alta por volta das 15h desta segunda.
"Não senti medo de morrer. Já vivi bem minha vida, graças a Deus. Mas, sei que ainda tenho mais um pouco para fazer nessa terra. Por isso, vou tomar mais cuidado e não vou mais ficar circulando pelo bairro. Moro ali há 45 anos e nunca tinha passado por algo parecido. Já ouvi muito tiroteio, mas me ver no meio de um, nunca", contou.
Além do idoso, um adolescente de 17 anos e um jovem de 23 anos foram baleados durante o tiroteio.
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