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Estudantes acusam médico de assédio sexual durante consulta no ES

Estudantes acusam médico de assédio sexual durante consulta no ES

O caso foi registrado por oito meninas em Barra de São Francisco. Denúncia é investigada pela Polícia Civil e prefeitura afastou médico para apuração dos fatos

Publicado em 3 de maio de 2019 às 22:08

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Delegacia de Barra de São Francisco. (Gazeta Norte)

Oito meninas, com idades entre 13 e 16 anos, denunciaram um médico por assédio sexual durante consultas realizadas na última terça-feira (30), na cidade de Barra de São Francisco, no Noroeste do Estado. As adolescentes passavam por avaliação médica para participarem dos Jogos Escolares, na próxima semana. O nome do profissional não será divulgado porque o caso ainda é apurado. 

Segundo o Conselho Tutelar do município, as meninas relataram que durante o atendimento, o médico apalpou os seios e as partes íntimas delas. O médico teria, inclusive,  colocado a mão delas na região genital dele, de acordo com as denúncias.

Em entrevista à TV Gazeta, uma das adolescentes relatou o que teria acontecido. “Ele mandou eu sentar na maca e quando eu sentei ele pediu para eu esticar o braço para medir minha pressão, e sempre chegando mais pra frente para encostar a parte íntima dele na minha mão. Ele mediu meus dois braços e depois ele pediu pra eu deitar. Quando eu deitei, ele mediu minha pressão de novo e encostava mais ainda a parte íntima dele em mim. Depois ele perguntou de que lado eu dormia e eu falei que dormia de bruços aí ele mandou eu deitar do lado que eu dormia, mediu minha pressão, mas sempre encostando em mim”, explicou.

Ainda segundo o relato da adolescente, ao sair do consultório ela contou o que tinha acontecido para as outras meninas que ainda aguardavam atendimento. 

Após os relatos das meninas, uma enfermeira entrou no consultório para acompanhar o atendimento. Entretanto, segundo uma outra adolescente, as tentativas de assédio continuaram.

“Quando eu entrei na sala ele já mandou eu ir logo sentar. Eu sentei e ele olhou com uma cara meia feia para a enfermeira e ela pegou uma cadeira e sentou no canto da sala. Nisso ele mandou eu sentar em cima da maca e começou. Ele pediu para medir minha pressão e perguntou se eu já tinha medido outras vezes, aí ele pegou e mandou eu esticar os braços, aí eu estiquei o braço de lado em cima da maca, ele pegou e falou que daquele jeito não podia ser porque ia dar problema. Aí ele pegou e esticou minha mão e colocou debaixo das partes íntimas dele e eu tentava puxar o braço para trás e nisso ele não deixava eu tirar o braço. Ele segurava o aparelho de medir a pressão e forçava minha mão para frente jogando o corpo dele pra frente”, conta.

Questionada se a enfermeira que acompanhava o atendimento no consultório não viu o que acontecia, a garota disse que “sempre quando ela [a enfermeira] tentava olhar para ver se estava acontecendo alguma coisa, ele [o médico] pegava e tampava. Ele mesmo tampava, mudando o corpo dele de posição”, descreveu.

As adolescentes acionaram o Conselho Tutelar e prestaram depoimento na 14ª Delegacia Regional de Barra de São Francisco. O médico também foi ouvido na delegacia e em seguida liberado.  Em nota, a Polícia Civil disse que as meninas foram ouvidas na última terça-feira (30) e o fato será investigado. Entretanto ressaltou que outras informações não serão repassadas no momento para não atrapalhar o andamento das investigações.

O QUE DIZ A PREFEITURA

A Prefeitura de Barra de São Francisco, por meio da Assessoria de Comunicação do município, disse que “não vai acusar o médico e também não vai dizer que as meninas estão mentindo” e reforçou que “não sabe de fato o que aconteceu e não cabe a prefeitura dizer quem está certo”.

A Prefeitura disse ainda que determinou o imediato afastamento do médico das atividades até que as investigações sejam concluídas e que outro profissional será acionado para manter o atendimento à população.

CRM-ES AINDA NÃO RECEBEU DENÚNCIA

Questionado, o Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES) disse, por meio de nota, que ainda não recebeu denúncia e explicou que uma sindicância pode ser aberta para apurar o caso após repercussão na mídia ou após alguma denúncia ser protocolada no órgão.

MÉDICO NEGA AS ACUSAÇÕES

Em entrevista ao repórter da TV Gazeta, Alessandro Bacheti, o médico negou as acusações, disse que foi um mal entendido e que tudo vai ser esclarecido. 

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